O bom caminho para a "aerotrópole"

Hoje em Dia
05/01/2014 às 08:44.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:09

Constatado o fracasso dos planos iniciais do governo federal de privatizar estradas e ferrovias (sendo agora revistos), a transferência da administração dos principais aeroportos nacionais para as mãos da iniciativa privada é prenúncio de serviços mais qualificados, menos transtornos para os passageiros e de desenvolvimento econômico. Afinal, o modelo atual está muito longe da performance adequada para o que demanda o público interno e ainda mais distante dos padrões internacionais.


A gestão estatal, ao menos no Brasil, nunca é tão eficiente quanto a empresarial, o que traz à tona os aspectos positivos da privatização. O poder público é falho na fiscalização dos serviços, faz vista grossa para abusos, põe gente demais onde não precisa, raramente pune incompetências, é lento para tomar decisões e move-se por interesses políticos.


No caso de Confins, principal porta de entrada no Estado, a privatização surge como ponto de partida para mudanças que vão dar novos contornos à economia regional a partir de uma maior inserção no cenário global. Isso passa pela implantação do Aeroporto Indústria e do surgimento de uma “aerotrópole”, ou seja, a expansão do centro urbano ao redor dos terminais de passageiros e de cargas com a atração de novas empresas, consumidores, serviços, novos investimentos, alavancagem de vários setores, maior competitividade e por aí vai. Trocando em miúdos, o estranho nome remete a cifras, muitas cifras.


O Consórcio Aerobrasil comprou por R$ 1,8 bilhão não somente o direito de explorar e administrar Confins nas próximas décadas, como também terá nas mãos a gestão de todo o negócio.


Na gaveta desde 2005, o projeto do Aeroporto Indústria deve finalmente se tornar realidade neste ano. Assim que assumir a gestão do Aeroporto Internacional, em agosto, o novo concessionário deve negociar com empresas privadas as nove áreas disponíveis em um espaço de 50 mil metros quadrados, abrindo caminho para a diversificação da economia mineira e o aumento das exportações de produtos com maior valor agregado, reduzindo a dependência de commodities da balança comercial e, consequentemente, rendendo melhores dividendos ao Estado.


A gestão privada vai garantir a desburocratização das relações, serviços, contratos (saem de cena os demorados e nem sempre honestos processos licitatórios) e negócios, agilizando a instalação do “porto aéreo” de Minas Gerais e ajudando a engordar o Produto Interno Bruto (PIB) regional. Sem dúvida, boas notícias.

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