Embora a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) estime alta de até 6% no faturamento do comércio com o Dia das Mães, a segunda data mais esperada pelos empresários no ano, os lojistas da Savassi não estão otimistas. Na última sexta-feira (10), faltando apenas dois dias para a data, havia quem ainda não tinha vendido sequer uma peça destinada às mães.
É o caso da joalheria Imperial, localizada na rua Sergipe. Segundo as vendedoras Joelma Pereira e Mari Pissolati, a falta de movimento é assustadora. “Nunca vi um Dia das Mães tão parado”, afirma Mari. “Para quem recebe comissão, a data deixou muito a desejar”, completa Joelma.
Na avaliação da gerente da loja de roupas Priori, Katia Mamede, o “sumiço” dos clientes é resultado da redução no número de vagas de estacionamento, reflexo da reforma da Praça da Savassi.
Na Priori, segundo ela, as vendas estão bem abaixo das registradas no ano anterior. “Apesar da queda, tenho esperança de que o movimento vai melhorar”, disse.
A vendedora da Pedra do Sol, Poliana Carvalho, não está tão otimista. Pelo contrário. “A loja está aberta há oito meses. As vendas seguem como se o Dia das Mães não estivesse próximo. Não registramos alta nas vendas”, afirmou.
A percepção de que a Savassi está “parada” não é apenas dos lojistas. Frequentadora assídua da região, a esteticista Josiany Ribeiro comenta que a pouca movimentação das lojas chama a atenção. “Vim na quarta e hoje (quinta) para comprar presentes para minha mãe e para a minha sogra. Achei a Savassi muito vazia”, afirmou.
Ticket médio
Juntas, as peças (uma calça e um lenço) ficaram em aproximadamente R$ 250. Segundo levantamento da CDL, apenas 7,04% da população gastará entre R$ 200,01 e R$ 300 com o presente.
Para a maioria, 23,62%, o ticket médio ficará entre R$ 100,01 e R$ 150. Os presentes de R$ 75,01 a R$ 100 representarão 19,85%, enquanto os de R$ 150,01 a R$ 200 somarão 17,34%. Os de R$ 50,01 a R$ 75 equivalerão a 13,07%. Os mais baratos, de R$ 30,01 a R$ 50, serão 8,79%. Apenas 4,27% comprarão algo com preço superior a R$ 400, enquanto as lembrancinhas de até R$ 30 representarão 3,77%.
As peças que custam entre R$ 300,01 a R$ 400 serão presenteadas por 2,26% da população. A agricultora Priscila Nogueira Pinto Figueiredo faz parte dessa estatística. “Comprei uma bolsa com antecedência”, diz. A passeio com a mãe, Helena Nogueira, na Savassi, outro presente poderia surgir de última hora.
Falta de estacionamento e trânsito pesado dificultam vendas
Se na Savassi o estacionamento age como entrave ao Dia das Mães, no Centro de BH o trânsito ajuda a afastar o cliente. “As vendas estão abaixo do registrado no ano passado. Mas achamos que muita gente deixará para hoje”, diz a gerente da sessão feminina da Windsor, Synara Alice Nóbrega.
Na loja, que revende roupas de marcas consagradas, como Calvin Klein e Forum, o ticket médio é de R$ 900.
A vendedora da loja de sapatos Divina Scarpe, Adriana Rodrigues, também está otimista com o dia que antecede o “segundo Natal” do comércio. Ela afirma que a comercialização está abaixo da registrada no ano passado. No entanto, a vendedora aposta nas promoções realizadas para atrair os clientes. No local, as sapatilhas custam, no máximo, R$ 49,90, enquanto as bolsas saem por até R$ 179,90.
Se os dois estabelecimentos ainda esperam uma melhora nos negócios, a loja de sapatos Pé de Mulher, localizada na rua Tupis, comemora uma alta de 70% nas vendas, na comparação com o ano passado.
Conforme afirma o gerente do estabelecimento, Jader Luiz Dias, o mix diversificado é responsável pelo resultado. A variedade de produtos realmente impressiona. Peças confortáveis, fashions, inusitadas e modernas podem ser encontradas no estabelecimento.
Os preços também são variados e atendem a públicos diversos. “Pessoas de todas as classes sociais compram na loja”, comenta Dias. Na Pé de Mulher, o ticket médio gira em torno de R$ 100.