PT aciona Justiça para tomar cargo de prefeito em MG

Marcelo Portela
24/07/2012 às 14:42.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:48

O PT entrou com ação na Justiça Eleitoral para tomar o cargo do prefeito de Congonhas, Anderson Cabido, que deixou o partido. Coordenador da campanha da então candidata Dilma Rousseff à Presidência na região central de Minas Gerais em 2010, Cabido, que está sem legenda, é contrário à indicação da petista Wanessa Manso para a sucessão municipal e declarou apoio ao candidato do PSDB, José Cordeiro de Freitas, seu vice nos dois mandatos.

Na ação, o partido acusa Cabido de ter obrigado funcionários da prefeitura a tomar a mesma atitude. "Além da atitude antidemocrática do requerido ao abandonar o partido que o elegeu por dois mandatos, ainda coagiu outros militantes do partido a fazê-lo", diz o texto, referindo-se a 36 militantes que, junto com o prefeito, pediram a desfiliação no último dia 20. A maior parte, segundo o PT, ocupa cargos comissionados no Executivo.

O prefeito havia indicado para a disputa a secretária municipal de Educação, Rosane Moreira, mas o PT abriu possibilidade de candidatura a todos os filiados, quatro se inscreveram e, por meio de votação em dois turnos, Wanessa foi escolhida. Inconformado, Cabido anunciou em duas rádios da cidade a desfiliação do PT, que alegou "surpresa e decepção" com o ato e pediu à Justiça a decretação de perda do cargo "em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa".

"Antes do pleito eleitoral de 2004, (Cabido) era mero desconhecido na seara política de Congonhas, mas com o prestígio do PT e apoio incondicional dos seus filiados foi eleito por dois mandatos consecutivos", diz a ação. "O diretório municipal esperava que o requerido viesse a acatar a decisão do partido que o elegera para que pudesse haver a continuidade do governo do PT", acrescenta o texto, que ainda acusa o prefeito de "discriminar servidores municipais" ainda filiados ao PT e de "exonerá-los sem qualquer motivo".

Por escolha do partido, Cabido foi o responsável por organizar na região - onde há operações de algumas das maiores mineradoras do País - as viagens de Dilma Rousseff na corrida presidencial de 2010, assim como atos a favor do então candidato Hélio Costa (PMDB), que disputava o Executivo mineiro com apoio do governo federal. O Estado tentou falar com o prefeito ontem (24), mas ele não atendeu o celular. A Justiça deu prazo de cinco dias para ele se manifestar.
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