Campanha defende pernas fechadas e respeito ao outro no metrô

Izabela Ventura - Hoje em Dia
08/05/2014 às 07:52.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:29
 (Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

(Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

Sabe aquelas pessoas folgadas que se sentam com as pernas abertas nos bancos de veículos de transporte coletivo e não querem nem saber se alguém está espremido ao lado? Pois o movimento mundial “Recolha suas pernas”, que se espalha na internet, quer uma mudança de comportamento simples, mas que beneficiaria a todos os usuários, principalmente as mulheres.

O objetivo não é somente evitar o assédio sexual – “espertinhos” abrem as pernas para encostar na passageira ao lado –, mas também conscientizar quem não respeita o espaço alheio.

A campanha partiu do Coletivo Feminista de Istambul (IFK), na Turquia, que se mobilizou pelo Twitter com frases (as chamadas hashtags) como #yerimisgaletme (“Não ocupe meu espaço”). Outra rede social, o Tumblr, hospeda a página de fotos “Homens ocupando muito espaço no trem”.

Na rede, há vários flagrantes de abusos, identificados também pelo Hoje em Dia no metrô de Belo Horizonte. A estudante de design gráfico Isabella Leroy, de 23 anos, viajou encolhida no assento que ocupava no vagão, entre a parede e um homem bem despojado no banco. “Incomoda muito essa falta de respeito”, disse.

Troco

Já a analista de credenciamento Flávia Rodrigues, de 30 anos, não disfarça o incômodo com os folgados e empurra de volta a perna deles.

Ela conta que alguns reconhecem a falta de bom senso e pedem desculpas, mas outros ainda ficam bravos com a reclamação.

“Alguns abrem as pernas porque são folgados ou desligados, outros para abusar das mulheres mesmo. Pensam que podem sentar do jeito que querem só por serem homens”, opinou.

Waleff Gomes, de 20 anos, admite que às vezes se acomoda com as pernas bem abertas no metrô, mas alega que age dessa forma por distração.

“As pessoas reclamam, mas eu não percebo quando me sento assim. Acho que me julgam pela aparência também, só porque ando de chinelos. Duvido que se incomodassem se fosse um homem de terno”, justificou o rapaz, bem à vontade nos bancos de espera da estação Gameleira do metrô, na zona Oeste de BH.
 

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