Bola vai a júri popular por morte de jovens no centro de treinamento do GRE

Hoje em Dia
05/08/2014 às 10:02.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:40
 (Eugênio Moraes)

(Eugênio Moraes)

O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, condenado por matar a modelo Eliza Samudio, irá a novo júri popular. Dessa vez, ele responde pelo assassinado de dois jovens. O crime, conforme o Ministério Público Estadual (MPE), ocorreu em maio de 2008, no centro de treinamento do Grupo de Respostas Especiais (GRE) da Polícia Civil, em Esmeraldas, Região Metropolitana de Belo Horizonte.   Além de Bola, a juíza Cirlaine Maria Guimarães decidiu que os também ex-policiais Anderson Marques Alves, Gilson Costa e Wanderlim de Souza também irão sentar no banco dos réus. Os quatro respondem por homicídio - por motivo fútil, com usos de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas e para ocultar outro crime -, e pelos crimes de tortura, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e peculato.   A denúncia do MPE aponta que os ex-policiais abordaram as duas vítimas, que estavam em um veículo próximo ao sítio de treinamento da Polícia Civil. Os quatro constataram que as vítimas tinham antecedentes criminais e suspeitaram que iriam roubar cargas. Com isso, as colocaram em uma viatura e as levaram para o centro de treinamento, onde foram interrogadas, despidas, algemadas e torturadas. Em seguida, as vítimas foram asfixiadas e esquartejadas.    O veículo em que estavam os jovens também foi levado. Posteriormente, a placa do carro foi retirada e colocada em outro veículo.   Corregedoria   O desaparecimento das vítimas foi registrado por familiares em maio de 2008. Um ano depois desse registro, uma denúncia anônima chegou à Corregedoria-Geral de Polícia Civil afirmando que os quatro acusados tiveram participação no crime. Segundo o Ministério Público, o caso foi apurado pela Corregedoria.   Em sua decisão, do fim de julho deste ano, a juíza concedeu a Anderson, Gilson e Wanderlim o direito de recorrer em liberdade. Já Bola continuará preso. Para a magistrada, os diversos apontamentos em suas certidões de antecedentes criminais revelam o risco que sua liberdade poderá acarretar à ordem pública e à aplicação da lei penal. Essa decisão está sujeita a recurso, e não há ainda data prevista para a realização do julgamento.   Caso Eliza   Pelo envolvimento no homicídio duplamente qualificado de Eliza Samudio, amante do goleiro Bruno Fernandes, Bola foi condenado, em abril de 2013, a 22 anos de reclusão, em regime inicialmente fechado.

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