Candidatos do PT e PSDB fazem o mais duro debate

Amália Goulart, Aline Louise e Letícia Alves - Hoje em Dia
27/09/2014 às 07:35.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:22
 (Samuel Costa/Hoje em Dia)

(Samuel Costa/Hoje em Dia)

No confronto mais duro entre os candidatos ao governo de Minas Gerais, realizado na noite de ontem no penúltimo debate televisivo, o eleitor viu uma troca de acusações entre os dois principais postulantes ao governo de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) e Pimenta da Veiga (PSDB). O petista e o tucano protagonizaram as cenas mais tensas do debate promovido pela Record Minas, em parceria com o Hoje em Dia.   Como o programa permitiu interação maior entre os candidatos, e ainda sob o calor da última pesquisa de intenção de voto divulgada na quinta-feira (25) pelo Datafolha, eles se confrontaram em todos os blocos. Já na abertura do embate, Pimenta da Veiga questionou Pimentel sobre propaganda do petista sobre pesquisa realizada pelo site inglês Worldmayor, em 2005, que o elegeu o oitavo melhor prefeito do mundo.   O tucano disse que a pergunta seria sobre o caráter do adversário. “Vocês já ouviram falar deste campeonato?”, questionou. Pimenta disse que Pimentel não tem medo do “ridículo”. “Não tem cabimento ficar enganando os mineiros”, completou.   Pimentel disse que não iria “baixar o nível”, que foi eleito pelo site inglês pelo trabalho que desempenhou, mas que não se importava com a “honraria”, pois queria discutir os problemas de Minas Gerais. Ele alfinetou o adversário ainda ao dizer que completou todo o mandato de prefeito. Pimenta da Veiga deixou a administração municipal antes do término do mandato.    Na segunda rodada do debate, Pimenta da Veiga voltou a cobrar explicações do petista sobre o título, em uma pergunta em que o candidato Fidélis Alcântara (PSOL) deveria comentar. O mesmo ocorreu em uma terceira ocasião, em que chamou Pimentel de mentiroso.   O tucano ainda acusou o rival de não ter investido 25% da Receita Corrente Líquida em Educação, conforme determina a Constituição. Pimentel ganhou direito de resposta. “Nunca tive contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado. Nós pagamos 25%, no caso 30%, todos os anos”, disse o petista. Pimentel ainda disse que Pimenta esteve fora do Estado por muitos anos.   A estratégia dos dois principais concorrentes foi uma réplica do que os marqueteiros de ambos mostram nas propagandas eleitorais. Pimenta criticou diretamente Pimentel e creditou problemas como o de segurança ao governo federal, gerido pela presidente Dilma Rousseff (PT). O petista centrou fogo na administração do PSDB, sem contudo mencionar os dois últimos gestores, senador Aécio Neves e governador Antonio Anastasia.    Nanicos se colocam como alternativa   Enquanto Pimenta da Veiga (PSDB) e Fernando Pimentel (PT) acirraram o confronto, os outros dois candidatos presentes no debate da TV Record, Fidélis Alcântara (PSOL) e Tarcísio Delgado (PSB), tentaram se apresentar como alternativas à polarização. Líder da “Frente de Esquerda Socialista”, Fidélis destacou que tucanos e petistas não seriam tão diferentes entre si quanto tentam parecer.   Fidélis lembrou inclusive que PT e PSDB se aliaram para eleger o prefeito Márcio Lacerda (PSB) em sua primeira gestão em Belo Horizonte. Pimentel argumentou que a aliança foi benéfica para capital na ocasião e que o objetivo foi eleger um candidato que pudesse “construir consensos”. De forma irônica, Fidélis rebateu: “que papinho mais Marina, política de consenso, juntar PT, PSDB. Pelo amor de deus! O senhor não se arrepende, mas nós, belo-horizontinos, nos arrependemos muito”.   Já Tarcísio Delgado focou seu questionamento na exploração mineral no Estado, que estaria sendo “espoliado” pelas empresas, que para ele pagam baixos royalties. O candidato acusou o governo federal, do qual Pimentel fez parte como ministro, de não ter feito nada neste sentido. Pimentel lembrou que o Executivo encaminhou ao Congresso projeto de lei prevendo mudanças na taxação das mineradoras, e que as alterações dependem do Legislativo.    Assessores deram apoio nos camarins e no estúdio   Os principais candidatos ao governo de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) e Pimenta da Veiga (PSDB) trocaram acusações e protagonizaram o embate mais quente nestas eleições, durante o enfrentamento na TV Record.   Eles usaram do mesmo expediente nos bastidores. Ambos contaram com assessores nos camarins e no estúdio montado em uma universidade da capital.    Igualmente se prepararam com os marqueteiros durante o dia. Foram bombardeados de dados e informações sobre o governo, que pouco utilizaram, devido à troca de farpas.    Destoaram na vestimenta, item considerado importante para publicitários. Acusado pelos adversários de esconder a cor do PT, o vermelho, da campanha, Pimentel apresentou-se com gravata de mesma cor. Pimenta da Veiga optou por não usar a gravata, buscando um visual mais jovem, como no debate anterior, promovido pela Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB).   O tom descontraído coube a Fidélis Alcântara (PSOL). Tarcísio Delgado usou um terno com gravata listrada.  Foram quatro os candidatos que participaram do debate. Pimentel e Pimenta não se cumprimentaram. Ao fim do confronto, os dois voltaram a concordar em um ponto: ambos acreditam que tiveram bom desempenho. 

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