Jovens matam tio e amigo por causa de carro com defeito e arma em BH

Thais Oliveira - Hoje em Dia
31/07/2014 às 16:16.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:36

A Polícia Civil apresentou nesta quinta-feira (31) três homens suspeitos de cometer dois homicídios na capital. O primeiro caso se refere ao assassinato de Eduardo dos Santos, de 29 anos, que teria sido morto devido a um carro vendido com defeito por Welbert Castro Borges Benedito, de 18. O segundo homicídio teria sido cometido por Kenedy Washington Nicolau Barreto, de 19 anos. Barreto é acusado de matar o próprio tio devido ao sumiço de uma arma.   Morto na frente da família   No dia 14 de junho deste ano, Eduardo dos Santos, de 29 anos, procurou por Welbert Castro Borges Benedito, conhecido como Bebeto, de 18 anos, para tentar desfazer a compra de um veículo Monza. O motor havia fundido cerca de 20 dias após a compra ser realizada.    Os dois eram amigos, mas, mesmo assim, entraram em desacordo. Inicialmente, Bebeto recusou a devolução do veículo, mas depois fez uma proposta. Segundo o delegado Emerson Morais, do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP),  Bebeto disse que, somente devolveria os R$ 3 mil pagos por Eduardo, se ele devolvesse o carro com o motor consertado. “Além disso, Bebeto impôs outra condição. Ele queria que Eduardo desse uma arma de fogo em troca dos dias que utilizou o carro”, explicou o delegado. Eduardo, porém, não aceitou o negócio. Os dois, então, começaram a discutir e Bebeto chegou a ameaçar Eduardo de morte.   No mesmo dia, Bebeto, na companhia de Kennedy Charley de Souza, o Keninho, de 26 anos, foi de motocicleta até a casa de Eduardo, no bairro Jardim Vitória, região Nordeste da capital. Keninho teria ficado aguardando na moto, enquanto Bebeto foi chamar a vítima. “Ainda no portão, Bebeto deu um tiro em uma das pernas de Eduardo. A vítima tentou fugir, correndo para dentro de sua casa, mas Bebeto o seguiu”, disse Morais.   De acordo com o delegado, dentro da casa, Bebeto teria feito mais disparos contra a vítima, que morreu com sete tiros. A esposa, a sogra e uma sobrinha de apenas 5 anos de Eduardo presenciaram o homicídio. Na tentativa de defender a criança, a sogra de Eduardo correu para protegê-la e acabou sendo baleada de raspão. “O sangue de Eduardo chegou a espirrar no rosto da sobrinha dele. Foi uma coisa horrível”, comentou Morais.   Após o assassinato, Bebeto teria ainda expulsado a família de Eduardo da residência e implantado ali um ponto de drogas.   Keninho e Bebeto foram presos no dia 18 de julho e estão agora no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), da unidade Gameleira, região Oeste da capital. A dupla é acusada de homicídio triplamente qualificado, com o agravante de ter sido cometido por motivo fútil.    O carro que gerou a discussão e, posteriormente, se tornou a motivação do crime, nunca foi encontrado pela polícia. Segundo o delegado, Eduardo tinha passagem pela polícia por roubo, receptação e uso de drogas.     Conhecido da polícia   Bebeto tem passagem por porte ilegal de arma de fogo e uso de drogas e era antigo conhecido da polícia. Em 2012, quando ainda era menor, Bebeto foi acusado de dar cobertura à fuga dos assassinos Alysson Gilmar Gonçalves, o "Sassá", de 25 anos, e Vanderson Tiago Gonçalves, vulgo "Vandinho", 27 anos. Na época, Bebeto foi acusado de dirigir o carro em que os criminosos fugiram.   Sassá e Vandinho foram condenados pela morte da comerciante Mariza Donato do Nascimento, de 30 anos, e do marido dela, Lúcio Rodrigues, de 32. O casal era proprietário do depósito de materiais de construção, no bairro Jardim Vitória, região Nordeste de Belo Horizonte. A motivação do crime seria um desentendimento por causa de uma peça de madeira de R$35.    Na época, Bebeto foi liberado apenas 10 dias depois de ser apreendido.      Tio é morto por causa de arma   Kenedy Washington Nicolau Barreto, o Totola, de 19 anos, é acusado de ter matado o próprio tio, Marcílio Nicolau, conhecido como Silas, de 40 anos. De acordo com o delegado Emerson Morais, no dia 16 de fevereiro deste ano, Marcílio viu Barreto esconder uma arma em uma horta, em um terreno do bairro Paulo VI, região Nordeste de Belo Horizonte. O terreno fica próximo às casas de Barreto e Marcílio.   Segundo o delegado, após um momento de distração de Barreto, Marcílio pegou a arma e a escondeu. Barreto teria, então, ido tirar satisfações com o tio, na companhia de um adolescente de 17 anos. Os dois teriam agredido Marcílio fisicamente e feito ameaças com uma outra arma. Eles chegaram a ir embora do local, mas voltaram minutos depois. “Eles voltaram para matar. A vítima morreu com seis tiros”, disse Morais.   Após o homicídio, a dupla fugiu. As investigações apontam que o adolescente foi para a cidade de Capelinha, no Vale do Mucuri, e Barreto para Igarapé, na Grande BH. Morais informou que o adolescente foi encontrado e chegou a prestar esclarecimentos à polícia, mas o caso dele está agora sob a responsabilidade do Ministério Público por se tratar de um menor.   Barreto ficou cerca de um mês foragido e teve a prisão preventiva cumprida em 29 de maio. Ele é acusado de homicídio duplamente qualificado e corrupção de menores e está agora no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) da unidade Gameleira, região Oeste de Belo Horizonte.    Barreto e Marcílio não tinham passagens pela polícia e a arma que motivou o crime nunca foi encontrada. 

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