Em situação de emergência, comunidades clamam por obras para minimizar estiagem

Ricardo Rodrigues - Hoje em Dia
29/08/2015 às 10:14.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:33
 (Dione Afonso)

(Dione Afonso)

Além de Viçosa, na Zona da Mata, mais cem municípios decretaram situação de emergência em Minas por causa da seca. No ano passado, 143 prefeituras tinham assinado este decreto até o final de agosto. Mesmo com a queda, o quadro é preocupante, como avalia o secretário da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), Ronilson Caldeira.   Convênio com o Ministério da Integração Nacional garantiu R$ 7 milhões para contratar 120 caminhões-pipa em 48 municípios. Mais R$ 3 milhões estão na Secretaria de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste (Sedinor) para contratar adutoras de engate rápido, tubulação de aço sob a terra que acelera o socorro aos atingidos pela estiagem. A Cedec distribuiu 20 mil cestas básicas a 92 cidades e estima chegar a 35 mil este ano.   O drama dos sertanejos é agravado porque secaram 70% dos 730 rios e córregos mais importantes do Norte de Minas, afirma o coordenador técnico da Emater em Montes Claros, Reinaldo Nunes de Oliveira. “São quatro anos consecutivos de seca e vamos para o quinto”.   Na falta de alternativas para a crise hídrica, a região reduziu o rebanho bovino a menos da metade e a área plantada encolheu. “As perdas na agricultura foram de 85%. Dos 4 milhões de hectares de pastagens, 70% terão de ser recuperados”, diz Oliveira.   Carros-pipa   Na comunidade de Tiririca, em Brasília de Minas, a lavradora Anita Araújo, de 72 anos, depende do carro-pipa, que passa uma vez por mês para encher a caixa d’água que ela ganhou do governo. Com a seca, Anita parou de criar porcos e de plantar. “Não colhi nada. Paguei para gradear (arar) a terra, plantei e não salvou nada. Só tomei prejuízo”.   Há três anos, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) abriu um poço na comunidade. Em seguida, a Cemig instalou a energia.   E parou por aí. O poço tem bomba de energia e caixa d’água de 5 mil litros, mas está inativo, reclama o lavrador José Geraldo Ribeiro Souza, de 35 anos.   Por falta de entendimento entre a Prefeitura de Brasília de Minas e a Codevasf, muitas famílias da comunidade de Campo Velho esperam a abertura de um poço há mais de um ano, promessa registrada em cartório, segundo a agricultora Dilza Ribeiro, presidente da associação comunitária local.   Prefeitos reivindicam proteção de veredas, matas ciliares, e instalação de caixas d’água para coletar água da chuva

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