Parlamentares propõem mudança na legislação e nova CPI para apurar corrupção

Ezequiel Fagundes - Hoje em Dia
29/05/2015 às 06:30.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:15
 ( Fabrice Coffrini)

( Fabrice Coffrini)

Enquanto parlamentares ensaiam criar uma CPI para investigar denúncias de corrupção no futebol, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) colocou em dúvida a eficácia de outra comissão e defendeu mudanças drásticas na CBF, que passaria a ser fiscalizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O próprio senador apresentou no ano passado projeto de lei indicando as mudanças, mas a proposta não avançou.

Nos anos 2000 e 2001, Dias presidiu a “CPI do Futebol” no Senado, que culminou com o pedido de indiciamento de 17 pessoas, entre elas o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira e do ex-deputado federal Eurico Miranda.

Teixeira reside hoje em Miami, no Estados Unidos, enquanto Eurico voltou à presidência do Vasco. Naquela oportunidade, eles foram denunciados pelo Ministério Público por crimes que vão desde apropriação indébita de recursos até evasão de divisas e sonegação fiscal, mas os processos não foram julgados.

“Agora, com a revelação da investigação americana, cabe a nós do Congresso Nacional discutirmos uma legislação que dê nova configuração jurídica à CBF, obrigando-a a prestar contas. E com transparência absoluta, com publicação dos atos administrativos na internet. E mais: balanço publicado e auditoria externa, também publicada”, defendeu o senador tucano.

Dias coloca em xeque a validade de uma CPI nesse momento, considerando “que a CPI do Futebol já revelou tanta coisa”, e defende providências. “Creio que uma legislação nova mais rigorosa é mais oportuna do que uma CPI. Mas se algum colega propuser, terá meu apoio”, ameniza.

No congresso

o mesmo dia da prisão de cartolas da Fifa, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, em operação do FBI em Zurique, na Suíça, os senadores Romário (PSB-RJ) e Zezé Perrella (PDT-MG) se apressaram para conseguir assinaturas suficientes para instalar outra CPI do Futebol.

Com 53 assinaturas, o pedido de Romário foi lido nesta quinta-feira (28) à tarde no plenário do Senado. “Esperamos desmontar a caixa-preta que existe dentro da CBF”, afirmou Romário. Se 27 sustentarem a iniciativa, a comissão será criada e terá 180 dias para investigar possíveis irregularidades em contratos na gestão Marin e Marco Polo Del Nero, o atual presidente da CBF. Del Nero deixou a Suíça nesta quinta-feira (28). Com o retorno antecipado, o dirigente brasileiro não votará na eleição da Fifa.

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