Discurso é de que é preciso fazer um 'diagnóstico' antes do anúncio de medidas

Bruno Moreno
moreno@hojeemdia.com.br
17/05/2016 às 20:07.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:29
 (Jose Cruz/Agencia Brasil)

(Jose Cruz/Agencia Brasil)

O anúncio da nova equipe econômica do governo federal, que tem um viés mais liberal e menos intervencionista do que a anterior, agradou ao mercado financeiro, mas deve apresentar impactos efetivos na economia só a partir dos últimos meses deste ano. Especialistas apontam que a inflação vai continuar corroendo os salários, os juros não deverão cair antes do último quadrimestre, e o câmbio tende a ficar na casa dos R$ 3,5 por um bom tempo, ainda. Há ainda, quem aponte uma piora no quadro econômico.

Para a presidência do Banco Central,  o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, nomeou o economista Ilan Goldfajn, 50 anos, ex-Itaú. Ele ainda precisa ser sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para assumir o cargo. A transição deve ser gradual e levar cerca de um mês.

O novo coordenador da política monetária e cambial do país defendeu, em abril deste ano, em coluna veiculada no jornal O Globo, que a autoridade monetária reduza a taxa básica de juros, a partir da observada trajetória de queda da inflação.

No entanto, sinalizou que isso não deveria ser feito no primeiro semestre deste ano, sob o risco de gerar “otimismos exagerados” no mercado financeiro. Ilan afirmou ainda, no artigo, que primeiro é preciso garantir a redução da inflação.

Ontem, após o anúncio, Ilan afirmou que a prioridade absoluta é revisar todas as contas públicas antes de anunciar novas medidas. Mesmo discurso adotado por Henrique Meirelles, que já disse que para estabelecer uma meta fiscal é preciso “saber o déficit para este ano e a arrecadação”.

Impactos só devem ser sentidos no fim do ano

No mundo acadêmico, dois representantes de respeitadas escolas de economia em Belo Horizonte divergem em relação à nova equipe econômica. Para o coordenador do curso de Economia do Ibmec, Reginaldo Nogueira, os nomes são bastante positivos. “Eles têm experiência acadêmica, e é uma equipe que compartilha do diagnóstico dos problemas da economia brasileira”, avalia. 

Já o professor do curso de Economia da PUC Minas, responsável pelo boletim Conjuntura Econômica produzido pelo Departamento de Ciências Econômicas da universidade, Ricardo Fonseca, criticou as escolhas do ministro da Fazenda Henrique Meirelles, principalmente de Ilan Goldfajn, ex-economista-chefe do banco Itaú, que agora assumirá o Banco Central.

“A política dele (Ilan) é de taxa de juros lá em cima. A não ser que seja um demagogo e baixe a taxa de juros. A economia vai para o buraco. O Meirelles não sabe o que faz, está totalmente perdido”, argumenta.

Fonseca avalia que muitos organismos internacionais e países têm visto a mudança de governo como um golpe, e isso pode comprometer a credibilidade do Brasil internacionalmente. Já Reginaldo Nogueira acredita que o anúncio de Ilan para o posto mais importante da política monetária do país deve causar um impacto positivo sobre expectativa de inflação. 

“Talvez até possibilite mais à frente começar a baixar a taxa de juros. Também deve dar algum alívio no mercado de câmbio, mas deve ter um comportamento que vai ajudar na inflação”, avalia.Mas, no geral, Reginaldo argumenta que não será possível fazer milagres, e que a economia brasileira só deve apresentar tendência de melhora no final do ano.

“A gente continua com uma economia que deve encolher 4% em 2016 e tudo o que se deve fazer é torcer para algum crescimento em 2017. Dependendo das medidas, principalmente fiscais”, argumenta. Reginaldo avalia que é fundamental que a nova equipe econômica trabalhe para trazer a inflação para o centro da meta, que é 4,5%.

Impactos só devem ser sentidos no fim do ano

No mundo acadêmico, dois representantes de respeitadas escolas de economia em Belo Horizonte divergem em relação à nova equipe econômica.
Para o coordenador do curso de Economia do Ibmec, Reginaldo Nogueira, os nomes são bastante positivos. “Eles têm experiência acadêmica, e é uma equipe que compartilha do diagnóstico dos problemas da economia brasileira”, avalia.

Já o professor do curso de Economia da PUC Minas, responsável pelo boletim Conjuntura Econômica produzido pelo Departamento de Ciências Econômicas da universidade, Ricardo Fonseca, criticou as escolhas do ministro da Fazenda Henrique Meirelles, principalmente de Ilan Goldfajn, ex-economista-chefe do banco Itaú, que agora assumirá o Banco Central.

“A política dele (Ilan) é de taxa de juros lá em cima. A não ser que seja um demagogo e baixe a taxa de juros. A economia vai para o buraco. O Meirelles não sabe o que faz, está totalmente perdido”, argumenta.

“Suas qualidades e formação o credenciam a uma bem sucedida gestão frente à autoridade monetária brasileira”

 
Fonseca avalia que muitos organismos internacionais e países têm visto a mudança de governo como um golpe, e isso pode comprometer a credibilidade do Brasil internacionalmente. 

Já Reginaldo Nogueira acredita que o anúncio de Ilan para o posto mais importante da política monetária do país deve causar um impacto positivo sobre expectativa de inflação. 

“Talvez até possibilite mais à frente começar a baixar a taxa de juros. Também deve dar algum alívio no mercado de câmbio, mas deve ter um comportamento que vai ajudar na inflação”, avalia.

Mas, no geral, Reginaldo argumenta que não será possível fazer milagres, e que a economia brasileira só deve apresentar tendência de melhora no final do ano.

“A gente continua com uma economia que deve encolher 4% em 2016 e tudo o que se deve fazer é torcer para algum crescimento em 2017. Dependendo das medidas, principalmente fiscais”, argumenta.

Reginaldo avalia que é fundamental que a nova equipe econômica trabalhe para trazer a inflação para o centro da meta, que é 4,5%.
  

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