Onças-pardas rondam Região Metropolitana de BH

Carlos Calaes - Hoje em Dia
10/05/2013 às 06:53.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:33

O desmatamento, o avanço das propriedades rurais e o adensamento populacional alteram o habitat de animais selvagens e podem estar causando uma “invasão” de onças-pardas (Puma concolor) em Minas.

De agosto de 2012 a março deste ano, a regional mineira do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) registrou 15 ocorrências envolvendo a espécie, conhecida popularmente como sussuarana, no Estado. Dentre elas, ataques a pequenos animais.

Segundo o analista ambiental do setor de fauna do Ibama-MG, Júnio Silva, nove episódios foram na zona rural de municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte, como Brumadinho, Esmeraldas e Nova Lima.

O especialista esteve em vários desses locais e encontrou evidências da presença do animal, como vestígios de urina e marcas de garras nas árvores, sinais de delimitação de território.

O caso mais recente foi na madrugada de 30 de março, em Glaura, distrito de Ouro Preto, na região central de Minas. Armadilhas fotográficas registraram a presença de uma onça-parda macho em duas situações. O felino estava bem perto da cerca de uma propriedade rural, indicativo de que ficou relativamente próximo de humanos.


Visitante

Uma sussuarana também estaria rondando Vianópolis, distrito de Betim, na RMBH. Há pelo menos 30 dias, marcas de garras em bananeiras, um cachorro morto em luta e o sumiço de galinhas, além de pegadas às margens de um riacho, deixam moradores da região apreensivos.

A sitiante Valquíria Braga de Andrade chegou a acreditar que vândalos teriam destruído a bananeira. Mas, depois da morte do cão e do desaparecimento das galinhas, acabou se convencendo de que o estrago poderia estar sendo feito pelo felino.


Solitário

Segundo a veterinária da Fundação Zoo-botânica de Belo Horizonte, Maria Elvira Loyola Teixeira da Costa, as onças-pardas existem em todas as Américas e dificilmente atacam seres humanos.
 
“Trata-se de um animal solitário. Os machos precisam de um território de cerca de 300 quilômetros quadrados, onde convivem com até quatro fêmeas”, diz.

Para Maria Elvira, a hipótese mais provável para explicar a presença desses animais é a de que jovens machos estão procurando “marcar” território.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por