Jornalista mineiro Pedro Blank prepara biografia do trapalhão

Pedro Artur - Hoje em Dia
20/02/2015 às 08:41.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:05
 (Editoria de Arte)

(Editoria de Arte)

De 1976 a 1990, a garotada ficava com os olhos grudados na telinha para acompanhar quatro amigos que deixavam os domingos mais alegres. Quando os filmes chegavam às salas de cinema, era a mesma coisa: filas enormes e recorde de público. Agora, a história de “Os Trapalhões” vai ganhar mais um capítulo. O jornalista mineiro Pedro Blank, com o apoio para pesquisa de Fred Wanderley e Jomar Nicácio, prepara a biografia do mineiro Mauro Faccio Gonçalves, o Zacarias. A pretensão é lançar o livro no ano que vem.

O levantamento de dados está na fase inicial, mas Blank já tem elementos para afirmar que Zacarias personificava, no grupo, a figura do “clown”. “Ele era o palhaço: se vestia, se transformava”, diz o jornalista, que cresceu dando risadas com o quarteto. Ele já tem no currículo a biografia “O Príncipe – A Real História de Dirceu Lopes”, um dos maiores jogadores da época de ouro do futebol brasileiro.

Nesse trabalho de garimpo, Blank buscou as origens do trabalho humorístico de Mauro, que nasceu em Sete Lagoas, em 1934, e faleceu em 1990, no Rio, por insuficiência respiratória.

bem antes de se tornar um dos trapalhões favoritos da criançada, ele participou, nos anos 1950, do programa “Era Assim em Babozal”, na Rádio Cultura de Sete Lagoas. Depois, mudou-se para Belo Horizonte. Trabalhava no Banco da Lavoura quando correr atrás de uma oportunidade na Rádio Inconfidência. Aprovado em um teste, tornou-se ator de rádio e novela.

Depois, bateu às portas da antiga TV Itacolomi. Na emissora, participou do programa “O Senhor Encrenquinha”, que fez sucesso inclusive junto a artistas e homens de TV de São Paulo e Rio, como Manuel de Nóbrega, criador da “Praça da Alegria”, e Wilton Franco.

Mas, para Blank, o pulo do gato do humorista foi encarnar o garçom Moranguinho, personagem na TV Excelsior, do Rio, a convite de Wilton Franco. “Mudou a vida dele. Como virou um sucesso, a Record decidiu contratá-lo para a ‘Praça da Alegria’, de Manuel de Nóbrega. Lá, acabou chamando a atenção de Renato Aragão”.

REFORÇO

A formação do quarteto foi meio por acaso – e necessidade. É que, segundo Blank, Renato Aragão, Dedé e Mussum apresentavam “Os Adoráveis Trapalhões”, na Record, com duração de 25 minutos, e quando o programa foi para a Globo, não só mudou de nome como ganhou 35 minutos a mais, exigindo a participação de mais um humorista.

Quase, porém, que a parceria não saiu. “O Dedé disse para o Didi que tinha ‘o’ cara, o garçom Moranguinho. Mas quem se apresentou foi o Mauro Faccio Gonçalves, vestido normalmente e com voz grave. O Didi disse então: ‘Tá de brincadeira, ele não é humorista’. Mas quando colocava peruca e roupas berrantes, o Mauro virava outra pessoa. Assim conquistou espaço”. O resto entrou para a história do humorismo na TV brasileira.

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