Motoristas ignoram restrição de estacionar e levam 36 mil multas

Letícia Alves - Hoje em Dia
07/08/2014 às 07:28.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:41
 (André Brant)

(André Brant)

A falta de vagas de estacionamento nas ruas é um desafio para os belo-horizontinos. Muitas vezes sem paciência para procurar local adequado, motoristas desrespeitam as leis de trânsito e param os veículos em área proibida, como portas de garagem, espaço de carga e descarga ou rente a esquinas. Resultado: o número de irregularidades só aumenta.

De janeiro a 15 de julho, foram aplicadas 36 mil multas em decorrência de estacionamento irregular, ou 185 ao dia, número 12% superior à média de todo o ano passado (165 ao dia).

A maior causa é o não uso da folha do Rotativo, que corresponde a 26% das irregularidades. A parada em local indevido gerou 19% das penalidades e outros 17% são relativos à estacionamento em locais de carga e descarga.

A tendência é que o número de infrações suba ainda mais, considerando o inchaço da frota, hoje com 1,6 milhão de veículos, e a diminuição das áreas de estacionamento livres de cobrança. Em novembro último, a cidade tinha 20.870 vagas de Rotativo, número que chegou a 21.231 em junho.

Como parte da política de mobilidade urbana, a BHTrans já deixou claro que adota medidas para estimular o uso do transporte público em detrimento do carro particular. Dentre elas estão a regulação de áreas de estacionamento e a implantação de faixas exclusivas para ônibus.

Nos bairros com centros comerciais mais desenvolvidos, como Savassi, Barro Preto, Santa Efigênia e Santo Antônio, estacionar na rua fica cada vez mais difícil. A estudante de medicina Sabrina Barbosa, de 29 anos, afirma que a situação é complicada na rua Sagarana, no Santo Antônio, onde mora. “Eles deixam o carro durante o dia e só pegam à noite. Até em vagas de garagem já vi estacionarem”.

SEM ESPAÇO

Para a aposentada Aleina Fonseca, de 79 anos, o problema se agravou nos últimos anos. Ela mora na avenida do Contorno, no São Pedro, e conta que, mesmo com a permissão apenas de carga e descarga, as pessoas deixam o carro no local o dia inteiro.  “Na rua, os moradores não têm direito à vaga. Sábado, fui receber visita e os convidados não tiveram onde parar”.

Comerciantes também se mostram insatisfeitos. Há sete anos, a empresária Márcia Laper mantém um pet shop na rua Viçosa, no São Pedro. Ela relata a ocupação irregular das vagas de carga e descarga. “Eles estacionam aqui e vão trabalhar. Como fica tudo ocupado, o cliente não tem como deixar o animal”.   Vagas subterrâneas   Uma das apostas da prefeitura para melhorar a mobilidade urbana e liberar espaço nas ruas é a construção de cinco estacionamentos subterrâneos, no Centro, Savassi e Região Hospitalar, com um total de 2.354 vagas.

O problema é que o município enfrenta dificuldades em encontrar interessados na iniciativa privada para investir no projeto.

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