Estabelecimentos da capital investem em ‘vendinhas’ para atrair a clientela

Frank Martins - Hoje em Dia
12/07/2015 às 11:11.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:52
 (Carlos Henrique - Hoje em Dia)

(Carlos Henrique - Hoje em Dia)

Quem gosta de comer fora, mas não abandona o prazer de cozinhar em casa, quase sempre tenta – nem sempre com sucesso – repetir as delícias elaboradas pelos chefs no aconchego do próprio lar.    Com a popularização da internet, conseguir receitas não é mais empecilho para quem quer se tornar um “masterchef” do lar.   Tirando o dom de cozinhar, que vai de cada pessoa, um grande problema enfrentado pelos cozinheiros amadores está na compra dos mesmos ingredientes utilizados nos restaurantes.   Pensando nesse filão, várias casas da capital mineira estão investindo nas chamadas “vendinhas” dentro dos próprios estabelecimentos. Elas, literalmente, invadiram os restaurantes   No Paladino, queijos, requeijão em barra, manteiga caseira, goiabada cascão, doce de leite, couve, alface e temperos cultivados na horta são alguns dos itens comercializados.   “A vendinha já existia aqui no Paladino há alguns anos. No início, era só uma mesa com alguns produtos da nossa escolha. Em maio de 2014 construímos o espaço ‘À Venda Gourmet e Confraria’, e ele só vem crescendo. Começamos atendendo clientes que vinham ao restaurante. Agora, a venda passou a ser uma referência no bairro, com muitos vizinhos e turistas vindo até aqui procurando produtos que antes só eram comercializados, por exemplo, no Mercado Central”, conta a gerente da vendinha, Vivian Fukushima.   Novo conceito   Mercadorias, utensílios e quitutes são uma verdadeira viagem pelo universo gourmet. E como dizem os chefs Felipe Rameh e Thiago Guerra, o Alma Chef é mais que um restaurante: é uma casa de gastronomia.    “Tentamos nos apegar no nosso Empório com produtos diferente, de qualidade e que instigassem a curiosidade dos clientes e dos nossos alunos”, conta Guerra.   Os artigos vendidos no Alma vão de cortes especiais de carnes, à vegetais exclusivos da Ilma Corrêa, e condimentos trazidos pela dupla dinâmica de várias regiões do país.   Vale de tudo para agradar e atender a vontade do cliente   Desde o tempo em que tinha o Bartiquim, no boêmio bairro de Santa Tereza, Rômulo Silva, o Bolinha, já vendia para os clientes os seus famosos molhos.   “Toda vez era a mesma coisa: o cliente comia do meu molho com carne e em seguida perguntava se eu o vendia separadamente. Até pensei em passar a receita para frente, mas como dá muito trabalho para fazer, decidi produzir e vender com um preço honesto”, conta Bolinha, que hoje administra o Bartiquim Gonzaga, após uma surpreendente e falada fusão ocorrida no ano de 2014.   Para o coordenador de Ciências Econômicas da Newton Paiva Leonardo Bastos, essa estratégia adotada por algumas casas da capital mineira é um ótimo plano de marketing. “O primeiro objetivo é fidelizar o cliente com um produto mais que exclusivo. Em um segundo momento, o estabelecimento agrega valor ao produtos comercializados na sua própria ‘vendinha’ e ainda consegue incrementar a receita da casa”, explica Bastos.    O perigo nesta prática está em oferecer um produto ou serviço que não seja compatível com os já encontrados nos estabelecimentos. “Indiscutivelmente, é um excelente método. Mas os donos e proprietários precisam ter sempre uma preocupação extra com a mercadoria oferecida. A recomendação é testar e retestar à exaustão para não acabar prejudicando o nome já conquistado no mercado”, diz Bastos.   Cada molho e sua carne   Os molhos vendidos no Bartiquim Gonzaga veem em potes de 250 gramas, 500 gramas e 1 quilo.    “Cada molho é pensado para se comer com uma carne. O de tangerina vai muito bem com a coxinha da asa empanada. Já o de barbecue é super indicado para ser consumido com carne de porco. De preferência uma costelinha bem carnuda. Por fim, o molho gorgonzola combina com um belo pedaço de filé. Mas tem quem compre ele na minha mão para fazer a tradicional Panhoca (pão italiano redondo, com muito gorgonzola e iscas de filé)”, conta Bolinha abraçado com três potes de molhos.

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