Da Champions ao amadorismo do Kuwait, Rafael Bastos agrega experiência ao Coelho

Cristiano Martins - Hoje em Dia
12/03/2016 às 09:00.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:46

As camisas trocadas com Wayne Rooney, Francesco Totti, Adriano Imperador e Toni Kroos estão bem guardadas, junto com exemplares dos tabloides britânicos que registraram os elogios do lendário técnico do Manchester United, Sir Alex Ferguson. Pequenas, mas valiosas relíquias de um momento fugaz de brilho na Europa, rapidamente ofuscado por uma transferência traumática para a Arábia.

Rafael Bastos já experimentou do que há de melhor e pior no mundo da bola. Já são 12 clubes defendidos em sete países de três continentes diferentes. No currículo, duas edições da Liga dos Campeões e o campeonato amador do Kuwait. Neste ano, desembarcou em Belo Horizonte para vestir as cores do América, na temporada de retorno à Primeira Divisão, com a esperança de construir novas memórias positivas para contar aos netos.

Assim como a própria trajetória, o início no Coelho tem sido de altos e baixos. Após atuações criticadas contra Guarani e Caldense, veio o primeiro momento inesquecível: um golaço por cobertura, do meio de campo, no clássico contra o Atlético pela Copa Sul-Minas-Rio. A segunda prova de fogo será neste domingo (13), novamente contra o Galo, agora pelo Estadual.

“Rapaz, acho que nunca fiz um gol igual a esse não. Foi muito bonito. Tive a felicidade de reagir rápido ali e acertar um belo chute. Vai ficar marcado”, afirma.

Aos 31 anos, Rafael é o atleta mais rodado do Coelho. E não foge à responsabilidade. “Jogo em uma posição onde preciso ser decisivo. Tenho essa consciência. Tem jogo que você vai bem, mas não faz gol, não dá assistência, aí vem a crítica. Mas saiu o primeiro gol, e estou bastante tranquilo”, garante, dividindo méritos com os colegas.

“A gente está bem, o time todo. Tem outros jogadores experientes, como Tony e Leandro Guerreiro. O Pablo e o Osman também já têm uma certa bagagem. É uma mescla boa”, avalia.

 

TEATRO DOS SONHOS
 
Nascido no Rio de Janeiro, Rafael começou a vida de “cigano” ainda na infância. Revelado pelo Bahia, foi negociado com o Cruzeiro em 2007, mas não fez nenhum jogo pela Raposa, tendo sido imediatamente repassado ao Belenenses.

O auge da carreira foi com a camisa do Cluj, clube pelo qual marcou dois gols no maior torneio do planeta. O momento de glória, porém, veio sem balançar a rede, na inacreditável vitória do time romeno sobre os Red Devils, por 1 a 0, em pleno Old Trafford – com direito a aplauso de Ferguson à beira do campo e especulações de uma possível proposta do United.

“Joguei contra Bayern de Munique, Manchester, Roma... Jogava com esses caras no videogame e, agora, eles estavam ali dentro de campo comigo. Tive oportunidade de trocar umas camisas. Tem algumas boas lá, que dá para guardar de recordação e falar para os netos, né? (risos)”, lembra.

Mas o sonho ficou mesmo no estádio inglês. A proposta chegou, porém do mundo árabe, onde levou um calote do Al-Nassr e ficou com os direitos “presos”. Só conseguiu a liberação após um longo processo na Fifa, seguindo viagem nos anos seguintes para a Bulgária e o Kuwait. (veja no infográfico).

 

Veja o vídeo:

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por