Investigado, Kleber Leite culpa empresário J. Hawilla

Marcio Dolzan
28/05/2015 às 01:22.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:14

O empresário Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo e sócio de empresa que foi alvo de uma ação de busca e apreensão na noite desta quarta-feira, afirmou que "não tem nada a esconder" e culpou o empresário J. Hawilla, dono da Traffic, pelo envolvimento de seu nome na investigação do FBI que prendeu cartolas do futebol.

Por volta das 18h, sete agentes da Polícia Federal (PF) e dois procuradores do Ministério Público Federal estiveram na sede da Kefler, localizada no bairro de Botafogo, na zona do sul do Rio, com um mando de busca e apreensão. Eles ficaram até às 20h40 recolhendo documentos, computadores e até o telefone celular de Kleber Leite.

"Chegaram com mandado de busca e apreensão, e o que solicitaram foi tudo entregue a eles. Mostrei o cofre, abri toda a empresa pra eles. Estou inteiramente à disposição porque não há nada a esconder. O que foi solicitado a eles foi entregue, inclusive meu telefone celular", disse Leite cerca de 50 minutos depois, em conversa com jornalistas em um dos escritórios da empresa. Ele estava acompanhado dos advogados Michel Assef e Michel Assef Filho.

Segundo o empresário, ele só está sendo investigado devido a um acordo que fez com Hawilla por conta dos direitos da Copa do Brasil. De acordo com ele, a Kefler assumiu os direitos da competição em janeiro, mas foi procurada pela Traffic - que detinha os direitos até dezembro - para participar do novo acordo, que é válido até 2022.

"Houve um apelo dele (Hawilla) para mim, no sentido que a Traffic pudesse continuar nesse processo, que a situação da empresa dele era delicada. Eles tinham poucas situações de propriedade no momento. Como nossa relação é antiga, e fica um pouco de afinidade disso, de relação até de ordem familiar, reuni aqui os sócios e todos concordaram em abrir essa possibilidade para a Traffic, o que foi feito", explicou Leite.

"A atitude, do depoimento da pessoa em questão (Hawilla), eu jamais poderia esperar. Essa própria competição, que é a única relação que nós temos, poderia não estar sendo dividida hoje com a Traffic. Está por uma concessão nossa. Me causa espanto que isso possa ter partido dele, até porque mais do que ninguém ele sabe como se age e como se trabalha aqui", comentou o empresário.

"O ato da investigação é absolutamente pertinente. Se há dúvida, tem que ser investigado mesmo. Agora, na relação, em síntese nós fomos estender a mão a alguém que pediu, poderíamos não ter feito isso e não haveria nenhum tipo de problema. E o problema existe exatamente porque nós cometemos essa grave infração de acudir quem nos solicitava um socorro naquele momento."
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