Se não negociar, Kalil não conseguirá governar

01/01/2017 às 22:10.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:17

As eleições para a presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte serviram para que os vereadores mandassem um recado ao prefeito Alexandre Kalil (PHS). No discurso é bonito, mas na prática, se não sentar, ouvir o que pedem e querem os parlamentares, a governabilidade estará comprometida. 

O que chamou a atenção foi o tamanho do grupo que se diz independente ou, até mesmo, contrário ao prefeito. Vinte vereadores. Ou a metade da Câmara, se nesta conta entrar ainda o vereador afastado Wellington Magalhães (PMN).

Aliás, é impressionante como um vereador afastado das funções, com denúncias de corrupção conseguiu ir tão longe. Tamanha influência que ainda possui sobre seus pares. 

Kalil não terá vida fácil no Legislativo. Independentemente do presidente e da composição da Mesa, ele não tem maioria unificada. 

Sobraram acusações durante a disputa acirrada para a presidência. Uns diziam que houve até negociação envolvendo a localização de gabinetes. 

No emaranhado das articulações até mesmo a Frente de Esquerda, composta por vereadores do PT, PCdoB e a estreante Áurea, começou a negociar cargos por votos. Foram ofertadas à Frente a titularidade ou participação em várias comissões. Vereadores que fizeram campanha apregoando princípios morais e ideológicos se renderam às articulações do poder. Daí se vislumbra como será a vida de Kalil no Legislativo. 

O mais engraçado em toda esta história é que, minutos antes das negociações entre os vereadores, eles foram empossados juntamente com o prefeito Alexandre Kalil, que pediu aos parlamentares que tenham juízo. Kalil disse que não gostaria de negociar cargos. Foi um recado aos vereadores, que mostraram como irá caminhar o relacionamento com o Executivo.

O primeiro desafio de Kalil no novo Legislativo será a reforma administrativa, que será levada à Câmara ainda neste mês. 

Exonerações
Conforme adiantei aqui, serão publicadas hoje as exonerações de cargos comissionados da Prefeitura de Belo Horizonte. Os secretários serão empossados e as nomeações das equipes serão feitas a conta-gotas.

Orçamento
No orçamento municipal para este ano não estão previstas grandes obras viárias. Obra mesmo, só em 2018, se a economia melhorar.<EM>

De saída
Marcio Lacerda (PSB) irá se dedicar a percorrer o Estado fundamentando sua possível candidatura ao governo mineiro ou ao Senado. Antes, descansa em viagem internacional com a família.

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