Lula rejeita comparação entre seu governo e o de Dilma

Ana Fernandes e Letícia Sorg
27/06/2014 às 22:12.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:10

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou seu discurso na convenção estadual do PT em Mato Grosso do Sul afirmando considerar incorreto comparar o governo de sua sucessora Dilma Rousseff com o seu governo. "Tem algumas pessoas que questionam o nosso governo e que tentam comparar o governo da Dilma com o meu governo. O governo da Dilma não tem que ser comparado com governo Lula porque o projeto é um só. O que tem que ser comparado é com o governo que a gente tinha antes de 2003", disse Lula, lembrando que sua gestão aconteceu num momento em que a economia estava "bombando" e que, quando Dilma assumiu, a crise financeira se agravou.

Para ele, esse tipo de comparação é uma estratégia da oposição para evitar cotejar os 12 anos de gestão do PT com os governos anteriores. Lula afirmou que a eleição de 2014 não é "disputa pessoal" mas de "projeto". "Eles não querem comparar", afirmou.

O ex-presidente listou, ao longo do seu discurso, avanços da gestão do PT, principalmente em relação a emprego, educação, habitação e crédito. Afirmou que, antes de 2003, o Brasil era vice-campeão mundial de desemprego e responsabilizou os antecessores, sem citar um partido específico. "Eles destruíam em média, por ano, um milhão de postos de trabalho neste País. Eles odeiam o PT porque o PT criou 20 milhões de postos de trabalho com carteira assinada neste País."

Lula exaltou também a expansão de crédito consignado e de habitação. Ele citou que durante os 12 anos de gestão do PT, foram financiados 2,5 milhões de casas e apartamentos pelo Sistema Financeiro da Habitação, enquanto em oito anos (de gestão do PSDB) foram apenas 315 mil casas. E ressaltou ainda o programa habitacional de subsídio Minha Casa, Minha Vida. "Se a gente não colocasse subsídio, o pobre não tinha direito de ter casa neste País", afirmou.

Lula disse também que o PT criou o crédito consignado, levando acesso a crédito para os trabalhadores usando a folha de pagamento como garantia. Disse que, em 2002, R$ 380 bilhões eram disponibilizados em crédito no Brasil, enquanto hoje são R$ 2,7 trilhões.

Na área da educação, Lula fez uma regressão histórica para demonstrar o avanço promovido pelo PT nos últimos 12 anos. Disse que o Brasil só foi ter sua primeira universidade (não faculdade) em 1930, enquanto a República Dominicana teve em 1506, Peru em 1550 e Bolívia em 1624. E repetiu que "o que mais irrita é que foi um presidente sem diploma que fez mais universidades neste País".

Segundo Lula, quando o PT chegou ao governo havia 3,5 milhões de jovens nas universidades e hoje são 7 milhões. Ele exaltou o Programa Universidade para Todos (Prouni) que atende a 1,5 milhão de jovens e permite "à filha da empregada virar doutora". Em meio a sua lista de números, Lula citou também que "eles" fizeram 140 escolas técnicas, enquanto o PT, em 12 anos, fez 365, 18 universidades e 165 extensões universitárias em cidades do interior.

Lula participou da convenção do PT no Mato Grosso do Sul que homologou as candidatura do senador Delcídio Amaral (PT) ao governo do Estado, do deputado federal Londres Machado (PR) a vice na chapa e do médico Ricardo Ayache ao Senado.
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