(Bruno Ruas)
O baiano Luciano Salvador Bahia possui um vasto currículo como compositor de canções para artistas destacados e de trilhas para teatro e dança, além de ter produzido álbuns, como o “Pecadinho”, de Marcia Castro. Já passou da hora de o Brasil descobrir que esse artista também é dono de uma linda voz e autor de uma obra de alto nível. Isso pode acontecer agora com o lançamento de seu segundo álbum, “Abstraia, Baby”, realizado com recursos da lei estadual de incentivo à cultura da Bahia e colocado no mercado pela Dubas/Universal.
“Agora o lançamento me empurra da coxia para o palco de novo. Desse jeito o meu nome começa a circular mais, e a consequência disso é um aumento natural no número de gente que vai ter acesso ao meu trabalho”, diz Luciano.
O trabalho conta com 11 faixas autorais (sendo uma com Claudia Cunha e outra com Fabiano Xavier) desenvolvidas desde o lançamento de seu primeiro álbum, “1”, de 2006. O resultado foi um pop rock cheio de ironia, bom humor, protagonismo e bom jogo de palavras – com destaque para “Vergonha”, uma das melhores canções do repertório de Marcia Castro.
“Queria que novamente fosse um CD autoral, pois me sinto antes de tudo, um compositor. Admito que os planos iniciais para a sonoridade do CD foram sendo deixados para trás na medida em que o processo andava. No início eu dizia que iria fazer um CD tipo ‘Norah Jones’ (risos). Quem ouviu sabe que o resultado final está bem longe disso. Comecei a brincar com sonoridades eletrônicas e um ambiente ‘vintage-jovem-guarda’ foi aparecendo e eu fui me deixando levar”, afirma o músico.
Segundo Luciano, enquanto seu primeiro álbum era mais acústico e com uma maior variedade temática (afinal, era o registro de tudo que havia composto antes do debute), o segundo já soube registrar um trabalho mais recente e com maior unidade.
“Abstraia, Baby’ é um CD muito mais ‘barulhento’. Tem muito mais guitarras, distorções e linguagem eletrônica que o primeiro. Acho que a convivência mais constante com músicos de São Paulo trouxe isso. Entre o lançamento do “1” e a gravação do ‘Abstraia’ eu estive muitas vezes em São Paulo”, explica o artista, que prevê shows de lançamento no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Abstraia, Baby” conta com duas participações. Eduardo Dussek consegue levar ainda mais graça à divertida “Tango do Mal”. “Ele tem tudo a ver com a minha música: o humor, as histórias com personagens, a ironia. Mostrei algumas músicas e ele escolheu”. A voz feminina escolhida foi de Ava Rocha, filha de Glauber e líder da banda AVA, que participa de “Não Precisa”.