(Paulo Leonardo)
No norte do Chile, está o mais árido deserto do mundo: o Atacama. Chuva é fenômeno raro por aqui. A precipitação é tão reduzida que o famoso Saara, se comparado ao seu irmão chileno, parece ter clima chuvoso. Além de árido, o Atacama também é muito alto. A altitude média está entre os 2.500 metros e os 3 mil metros. Alguns lugares, como os Gêiseres del Tatio, ficam a mais de 4 mil metros de altitude. Somando-se a aridez à altitude, parece que o Atacama não é para qualquer um, que quem tem limitações físicas ou é sedentário vai sofrer muito ali. Em parte, é verdade. O deserto chileno é famoso em todo o mundo por ser um destino perfeito para aventureiros. Vales, montanhas, cânions, lagoas, trilhas – tudo parece contribuir para que apenas mochileiros e esportistas radicais visitem o Atacama, contando, inclusive, com roteiros em veículos 4x4 ou cavalos. Mas se o objetivo do turista é ir para lá apenas para relaxar, passear no pitoresco povoado de San Pedro de Atacama, comprar artesanato, fazer alguns passeios mais moderados e ficar em hotéis com spa e massagens, o deserto irá surpreendê-lo. Restaurantes, hotéis e pousadas confortáveis e luxuosos, com toda a infraestrutura de lazer e serviços, além de excelente gastronomia, transformam a estada no Atacama em terapia intensiva, uma temporada de relaxamento e desfrute. Seja qual for o objetivo da viagem, o Deserto do Atacama é um destino incomparável. No planeta Terra, são poucos os lugares que têm paisagens semelhantes. Valle de la Luna, Valle de la Muerte, Salar Atacama, Gêiseres del Tatio, lagoas altiplânicas - são muitos passeios, muitas surpresas. Primeiro contato De Santiago até Calama, são 1h50 de voo. Nesse período, se o viajante nunca esteve no Atacama, certamente sua mente vai “viajar” na imaginação, tentando visualizar como deve ser o mais árido deserto do mundo. As fotos que ele já viu nas revistas, as imagens da TV, até mesmo estas fotografias que ilustram esta matéria – nada disso é suficiente para traçar um retrato preciso do que o turista irá encontrar na chegada. Quando o avião da LAN Chile pousa no aeroporto de Calama (a cidade mais desenvolvida da região, embora a mais visitada seja a minúscula San Pedro de Atacama), os passageiros desembarcam pela escada mesmo – nada de “fingers”, como nos grandes aeroportos. Não é preciso se preocupar com a possibilidade de chuva neste momento: o Atacama é conhecido mundialmente justamente por ser o deserto com menor precipitação pluviométrica do planeta. Ou seja: é quase certo que o visitante irá desembarcar sob sol forte e com céu azul. Chuva, por lá, é artigo raro.