Namorado de universitária assassinada em Extrema deixa prisão

Hoje em Dia
12/11/2015 às 19:07.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:27
 (Facebook)

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O modelo que namorava a universitária Larissa Gonçalves de Souza, de 21 anos, que foi assassinada de forma cruel em Extrema, no Sul de Minas, deixou a prisão. Segundo o delegado Valdemar Lídio Gomes Pinto, a polícia ainda não encontrou indício de que o rapaz teria participado do crime.

Até o momento, as investigações apontam que ele foi o pivô da trama que resultou na execução da estudante. Contudo, informou o delegado, não há provas contra o modelo. O único elemento era a acusação do empresário José Roberto dos Santos Freire, que confessou o homicídio e informou que o rapaz teria ligação no assassinato.

O modelo foi solto na noite de quarta-feira (11). Ele estava recluso no presídio de Pouso Alegre.

Prisão

Até o momento, três suspeitos estão presos. Além do empresário, também estão detidos garoto de programa Valdeir Bispo dos Santos, conhecido como “Henrique”, e a enfermeira Rosiane Rosa da Silva (a “Rosa”).

Os últimos dois foram reclusos, por meio de mandados de prisão temporária, em São Paulo. A Polícia Civil informou que as investigações apontam o envolvimento direto do garoto de programa no sequestro, morte e ocultação do cadáver de Larissa. O crime aconteceu no dia 23 de outubro. A enfermeira, segundo a corporação, teria agido como coautora.

Depoimento

Em seu depoimento, informou a polícia, Valdeir negou a versão apresentada pelo empresário José Roberto dos Santos Freire, que teria dito que o contratou para ser o executor de Larissa. O garoto de programa acusou José Roberto de ter sido a pessoa que de fato matou a estudante, usando para isso um peso de ginástica, do tipo haltere, de cinco quilos, para golpeá-la até a morte.  

Preso desde a semana passada, José Roberto teria dito ainda, na ocasião de seu depoimento, que mantinha uma relação homoafetiva com o modelo, namorado de Larissa. Na ocasião, ele indicou o suposto amante como o mentor do crime, para evitar que a estudante tornasse pública a existência de tal relação.

Já a enfermeira limitou a dizer, em depoimento, que não teve participação no crime. A polícia realizou acareação entre todos os envolvidos para esclarecer os diversos pontos contraditórios existentes no inquérito.

Confissão

Durante depoimento, José Roberto Freire revelou que, ao descobrir o relacionamento homossexual do namorado com ele, Larissa teria ameaçado contar para toda a cidade. Ela havia lido uma mensagem trocada entre os dois e, desde então, vinha questionando o namorado sobre o episódio e exigindo mais atenção da parte dele. "Foi a partir daí, segundo Freire, que eles começaram a arquitetar a morte dela", disse Lídio Gomes.

A versão de Freire, no entanto, é contestada pelo namorado da estudante. Segundo o delegado, ele nega qualquer participação no crime e envolvimento sexual com o comerciante. O rumo das investigações surpreendeu moradores de Extrema, familiares e amigos próximo ao casal.

Durante o enterro da estudante, na madrugada desta quarta-feira (4), o jovem, de também 21 anos, não apenas compareceu à cerimônia, como ficou ao lado da mãe de Larissa durante todo o tempo. Para não atrapalhar as investigações, ele permanecerá detido, segundo o delegado.

O crime

De acordo com Plínio Gomes, uma pessoa, que a polícia mantém a identidade sob sigilo, compareceu até a delegacia no último domingo e afirmou que o namorado de Larissa e Freire mantinham relações desde junho último. "Foi a partir dessa denúncia que chegamos até o comerciante. Ao ser interrogado, Freire não negou envolvimento e passou a cooperar dando detalhes do crime", explica Lídio.

O celular de Larissa foi localizado na casa do suspeito, que também se apresentava como agente de modelos. O namorado de Larissa trabalhava para ele. Segundo o delegado, Freire tem passagem na polícia de Nazaré, interior de São Paulo, por crimes que vão desde fraude na prefeitura da cidade até a suspeita de um homicídio. "Ele nunca escondeu sua homossexualidade, mas quando mudou-se para Extrema poucas pessoas o conheciam".

O corpo da estudante foi encontrado próximo a um mirante de Extrema, ponto turístico da cidade. "Ela estava com as roupas e não apresentava marcas de abuso. O corpo estava dentro de um saco plástico, com as mãos e pés amarrados com fios elétricos. Não foi possível identificar as causas da morte, mas, ao que tudo indica, ela teria sido asfixiada", detalha Gomes.

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