Isabel Allende chega aos 70 anos e escreve sobre amor e sexo

Elemara Duarte - Hoje em Dia
09/06/2013 às 10:38.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:58

O amor está no ar, seja no próximo dia 12, no comercializado Dia dos Namorados, e também no sensual livro de Isabel Allende. Nesse último caso, nas páginas da antologia “Amor” (Editora Bertrand Brasil). Nele, a escritora, de 70 sacudidos anos, pinça as melhores cenas com o nobre e envolvente sentimento em suas quase duas dezenas de livros.

“O amor tem palavras mudas, mais transparentes do que o rio” escreve em um dos textos – capítulo “Primeiro Amor”, do livro “A Ilha Sob o Mar”.
Na prática, pode até ser. Mas na literatura, Isabel escolhe bem as suas palavras. Mesmo hoje, trinta anos depois de publicar seu primeiro romance, o best-seller “A Casa dos Espíritos”.

“Todos nós mudamos à medida que vivemos e envelhecemos, minha literatura mudou também”, analisa a autora, em entrevista ao Hoje em Dia. Isabel afirma que sua literatura é muito influenciada pelo fato de viver em um país de língua inglesa: “Ela tornou-se mais direta e clara, menos barroca, com frases curtas e menos adjetivos”. Aprendam, aspirantes a escritores!

Outra motivação: “Além disso, as experiências de minha vida têm determinado o tipo de livros que escrevo, especialmente minhas memórias”.


Domingos felizes

Falando nisso, quais são as memórias mais felizes e mais tristes que você tem de Salvador Allende? “As mais felizes: piqueniques em família com ele, sua esposa e minhas primas, minha mãe e irmãos e nossos cachorros. Aqueles eram domingos felizes! As mais triste: foi 11 de setembro de 1973, quando ele morreu e o Chile entrou no período negro da ditadura militar”.

A autora nasceu em Lima, no Peru, mas tem cidadania do Chile, onde viveu até 1973. No trágico ano, ela e a família saíram do país, após o golpe militar e a ascensão da ditadura do general Augusto Pinochet (1915-2006).

Isabel é sobrinha do presidente deposto na ocasião, Salvador Allende (1908-1973). Na versão oficial, o presidente teria se matado. Mas há linhas defendendo que ele foi a primeira vítima da ditadura. Não é difícil de acreditar.

Nos “States”

Casada com o advogado e escritor norte-americano William C. Gordon, Isabel vive com ele, o filho e netos nos Estados Unidos, desde os anos 1980. É para “Willie”, com quem vive há 25 anos, um dos trechos das divertidas e sinceras 24 páginas da introdução de “Amor” (capa à esq.), o que há de inédito na publicação.

Nela, Isabel faz um mergulho na sexualidade dela, desde a juventude até hoje, com 25 anos do casamento no currículo. “Já avisei a ‘Willie’ que não pretendo substituir a sensualidade por aquilo que já tenho com a minha cachorrinha. Ainda não...”

Leia entrevista exclusiva com Isabel Allende na Edição Digital

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