Secretário propõe redução do Exército americano

Isabel Fleck - Folhapress
24/02/2014 às 15:19.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:14

NOVA YORK - O Exército americano poderá ter seu tamanho reduzido, em 2015, a níveis de antes da Segunda Guerra mundial. Em um projeto do Orçamento para o Departamento de Defesa que será apresentado nesta segunda-feira, o secretário da pasta, Chuck Hagel, vai propor diminuir o número de militares de 490 mil para até 440 mil - o menor desde 1940 e o equivalente a cerca de três quartos do efetivo de 570 mil soldados registrado após os ataques do 11 de Setembro.    O orçamento menor, que entraria em vigor a partir de outubro, é reflexo da meta do presidente Barack Obama de pôr fim às duas prolongadas guerras do país em seu governo. A previsão é de que as tropas americanas sejam retiradas do Afeganistão neste ano.    Mas os cortes também refletem uma tendência geral de reduzir os gastos com algumas pastas para investir mais em outras. Segundo a imprensa americana, na proposta do Orçamento para 2015 que será encaminhada no começo de março ao Congresso, Obama vai prever mais gastos com educação e capacitação para o mercado de trabalho.    Segundo funcionários da Defesa ouvidos pelo "New York Times", o enxugamento do Exército ainda garantiria uma força militar "capaz de derrotar qualquer adversário", mas não para manter por períodos extensos ocupações em outros países.    "Você sempre tem que estar com sua instituição preparada, mas não se pode ter um Departamento de Defesa do tamanho necessário para uma grande guerra quando não se tem uma grande guerra", disse um alto funcionário do Pentágono.    Fontes da Defesa reconhecem que os cortes podem colocar em risco as Forças Armadas se os EUA assumirem novamente duas grandes ações militares ao mesmo tempo, ou mesmo podem servir como um estímulo para adversários "se aventurarem".    Além da redução do efetivo, o texto prevê acabar com a frota dos antigos aviões de ataque A-10, desenvolvidos na década de 70 para destruir tanques soviéticos no caso de uma invasão de países da Europa ocidental.    O rascunho, no entanto, mantém o orçamento para o caro projeto dos caças F-35, da Boeing, que tem apresentado constantes atrasos na previsão de entrega. A Marinha também será autorizada a adquirir dois submarinos e dois destróiers por ano.    Para funcionários do Pentágono consultados pelo "NYT", o projeto de Orçamento cumpre com um "novo modelo de guerra", que garante fundos para forças de Operações Especiais e para a chamada guerra cibernética.    A proposta ainda terá que passar pelo Congresso, onde deve enfrentar forte oposição, principalmente de republicanos. Ela, no entanto, cumpre com o acordo orçamentário assinado pelos dois partidos em dezembro, que determina um corte de cerca de US$ 496 bilhões na Defesa para o ano fiscal de 2015.

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