Freud e C.S. Lewis encaram "duelo" divertido sobre a fé

Pedro Artur - Hoje em Dia
09/05/2014 às 07:56.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:30
 (Ronaldo Julio)

(Ronaldo Julio)

O “pai da psicanálise” Sigmund Freud, crítico fervoroso da crença religiosa, e o escritor inglês C.S. Lewis, defensor árduo da fé pela razão, vão participar de um “duelo” verbal de rara inteligência e humor refinado. Esse embate é tema da peça “Freud – A Última Sessão” que terá duas apresentações no Palácio das Artes, neste sábado (10), às 21 horas, e domingo, às 19 horas.

Além disso, a montagem carioca vem com uma novidade: o ator Anderson Müller assume, justamente em BH, o papel de C.S.ewis. “Estou ensaiando há um mês. Ano passado fui assistir e gostei muito. Depois, fiz um curso de cinema nos Estados Unidos e, quando voltei, recebi a proposta. Fiquei lisonjeado, pois tinha adorado a peça”, ressalta Müller, para quem, apesar da experiência, toda estreia é um pouco tensa. No espetáculo anterior, C.S.Lewis era interpretado por ator Leonardo Netto.

Para ele, também será um desafio descobrir o olhar crítico do público mineiro. “O espetáculo é uma comédia inteligente e o grande lance disso é ter essa reação está funcionando ou não. Então, fazer essa estreia na capital mineira, é mais importante do que no Rio. Em BH não vou ter nenhum amigo na plateia, vou ter o público de verdade”, analisa.

A peça narra a história de um suposto encontro entre dois grandes pensadores – Freud e Lewis – (na Segunda Guerra Mundial), com direção de Ticiana Studart, e é baseada no livro “Deus em Questão”, do professor clínico de psiquiatria da Harvard Medical School, dr. Armand Nicholi. No palco, Anderson Müller vai contracenar com Hélio Ribeiro, que interpreta Freud.

Ao estilo inglês

Anderson Müller destaca que a peça trata de situações sérias, com propriedade, mas mescladas com o humor refinadíssimo do pai da psicanálise, bem ao estilo inglês, embora seja um espetáculo americano.

Ainda assim, Freud já está em seu escritório em Londres, tomada pelos conflitos da Segunda Guerra Mundial. “A peça brinca com situações politicamente incorretas, sacaneia todas as situações”, observa Müller.

O ator considera que ninguém da plateia fica indiferente à discussão dos dois mestres. “Hoje ainda estamos com um pensamento jurássico. É difícil conseguir falar sobre esses assuntos. E a plateia se diverte com as situações propostas na peça de forma inteligente. Não importa para que lado você vai torcer, o que importa é parar e ouvir”, aponta Müller, conhecido por seus belos trabalhos na telinha e também no cinema.

“Freud – A Última Sessão”.

Neste sábado (10), às 21h e domingo, às 19h, no Grande Teatro do Palácio das Artes. Ingresso a R$ 50.

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