Minas Gerais deverá vacinar 260 mil gestantes contra coqueluche

Hoje em Dia*
17/11/2014 às 18:38.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:03
 (André Brant/Hoje em Dia)

(André Brant/Hoje em Dia)

Um nova vacina foi inserida nesta segunda-feira (17) para as grávidas e recém-nascidos no Calendário Nacional de Vacinação pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina contra celular contra difteria, tétano e coqueluche (dTpa) está disponível nos postos de saúde de todo o país e deverá ser aplicada em cerca de 260 mil gestantes em Minas Gerais.   No Estado, o público-alvo para imunização é composto por 259,8 mil gestantes e 22,6 mil trabalhadores de saúde. Foram repassadas 104 mil vacinas para Minas e uma cota mensal de 26,7 unidades será enviada. No Brasil, a estimativa é imunizar mais de 2,9 milhões de gestantes e 324 mil profissionais da área de saúde. Em Minas Gerais foram registrados 865 casos da doença e 13 mortes, entre 2011 e 2013.   Segundo o Ministério da Saúde, o objetivo da inclusão é reduzir a incidência e mortalidade causada pela coqueluche entre os recém-nascidos. A vacina deve ser aplicada em grávidas, entre as 27ª e a 36ª semanas de gestação. O período gera maior proteção para a criança, com efetividade estimada em 91%. A dose também pode ser administrada até, no máximo, 20 dias antes da data provável do parto.    Outras três vacinas integram o calendário nacional para gestantes, sendo a imunização contra a influenza, a dupla adulto (difteria e tétano - dT) e a vacina contra hepatite B.   Para o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a coqueluche é um problema de saúde pública no mundo, devido ao seu aumento de casos nos últimos anos. “Diante deste cenário, o Brasil busca uma pronta resposta para o combate à doença com a introdução da dTpa. Temos o desafio de vacinar mais de 2,9 milhões de gestantes. Dessa forma, as mães vão passar proteção aos seus bebês até que eles consigam cumprir o calendário completo de vacinação”, afirmou.   Segundo as instruções do Ministério da Saúde, o esquema de vacinação completo da dupla adulto é de três doses (devendo ser reforçada a cada intervalo de dez anos) podendo ser tomada a partir dos 10 anos de idade. Se a mulher não tomou nenhuma dose da vacina antes de engravidar, é necessário tomar duas doses da dupla adulto, com intervalo de no mínimo 30 dias e complementar com a dTpa.    Caso a mulher tenha tomado uma dose da dT antes da gestação, ela deverá reforçar o esquema com mais uma dose da dT e outra da dTpa. Já para as mulheres que se preveniram com duas ou mais doses da dT, recomenda-se a dTpa administrada com apenas uma dose. Mulheres grávidas devem tomar uma dose da dTpa em cada gestação, independente de terem tomado anteriormente.   Investimento   Para a implantação desta vacina no calendário, em 2014, o Ministério da Saúde adquiriu quatro milhões de doses, com investimento de R$ 87,2 milhões. Cada dose tem o custo de R$ 21,81. Já foram distribuídas para todas as unidades da federação 1,2 milhões de doses, para a incorporação da vacina no SUS. Além disso, o Programa Nacional de Imunizações vai fazer o envio mensal de 300 mil doses.   Com a incorporação da dTpa, a rede pública passa a ofertar 17 vacinas de rotina no calendário nacional. O Ministério da Saúde ofertou neste ano três vacinas. Em março deste ano, a vacina contra HPV; em julho a Hepatite A e a, partir deste mês, a imunização contra coqueluche para grávidas.   A vacina dTpa gera proteção da mãe para o filho. Além de se proteger, a mãe passa anticorpos para seu filho ainda no período de gestação, garantindo ao bebê imunidade nos primeiros meses de vida até que ele complete o esquema vacinal contra coqueluche, definido pelo calendário básico. A dTpa é a única vacina contra coqueluche que pode ser administrada de maneira segura em adultos. Profissionais de saúde que atuam nas maternidades e UTIs neonatais também receberão a vacina e terão que fazer o reforço a cada 10 anos.   Coqueluche   A coqueluche é uma doença infecciosa aguda de alta transmissibilidade, causada pela bactéria Bordetella pertussis. As principais complicações secundárias são a pneumonia, otite média, ativação de tuberculose latente, enfisema pneumotórax, entre outras. O número de casos da doença reduziu de 40 mil notificações nos anos 80, em média, para cerca de 1.500 casos na década de 2000. No entanto, a partir de 2011, houve aumento nos casos da doença em todo o mundo, sobretudo em crianças menores de três meses, por não terem ainda recebido o esquema completo da vacinação contra a doença.   O secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, explica que isso acontece porque elas ainda não estão protegidas contra a doença, sendo mais suscetíveis.  “Em crianças mais velhas, com o esquema vacinal completo, as chances de casos da doença são baixos, o que é uma comprovação da efetividade da vacina”, observou.   A proteção das crianças para coqueluche é feita com três doses da vacina Pentavalente (DTP, hepatite B e HiB), aplicada aos dois, quatro e seis meses de vida. Aos 15 meses e aos quatro anos a criança recebe o reforço com a vacina DTP. Entre 2011 e 2013, o Ministério da Saúde registrou 4.921 casos em menores de três meses, 35% dos casos do país neste período, que foram 14.128. Essa faixa-etária é ainda mais afetada em relação aos óbitos. No período, foram 204 óbitos, o que representa 81% do total nacional, que foi de 252 mortes.   (* Com Agência Saúde)

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