(Luiz Costa/Hoje em Dia)
A 12ª edição do Festival Internacional de Teatro de Palco & Rua (FIT) teve uma abertura historicamente diferente anteontem. Em vez de uma grande atração na rua, para milhares de pessoas – como em 2012, por exemplo, com “Romeu e Julieta” na Praça do Papa –, optou-se pela conciliação entre a primeira noite do festival e a reabertura do Teatro Francisco Nunes, fechado há cinco anos. A curadoria soube escolher o espetáculo que teria a honra de abrir o festival – “Prazer”, da Cia. Luna Lunera, que provoca intensa identificação com o público. Arrebata pela soma de qualidades: cenário interessante, ótimos atores, texto próximo de qualquer pessoa realmente integrada aos dramas da contemporaneidade. Um bom carro-chefe para a proposta da Fundação Municipal de Cultura de transformar o FIT numa vitrine da produção local. Para a reabertura do agora modernizado Francisco Nunes, muitos aplausos. Mesmo assim, é preciso que a organização do festival faça uma avaliação sobre os efeitos da realização da abertura do FIT em um teatro. Afinal, uma apresentação fechada para apenas 543 pessoas não parece ser suficiente para que a cidade compreenda que o principal evento cultural da capital teve início. Uma montagem na rua, gratuita, para milhares de pessoas, renderia maior atenção da mídia (especialmente das emissoras de TV) e repercussão nas redes sociais. Já uma apresentação no Francisco Nunes não atraiu sequer a atenção dos principais líderes do município. Provavelmente, a maioria dos belo-horizontinos só vai se dar conta de que o FIT já começou neste sábado, com as apresentações dos grupos franceses Générik Vapeur e Eolie Songe no Parque Municipal. Fica a expectativa para que o festival não permaneça restrito aos intelectuais já apaixonados pelo teatro.