‘Mautoristas’ brasileiros

Boris Feldman/Hoje em Dia
14/11/2015 às 10:35.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:28

Lambança, todo motorista faz. Já registrei aqui várias que presenciei em países do Primeiro Mundo. Mas, tem hora que o brasileiro exagera, não se comporta com um mínimo de civilidade ao volante e aí pinta mesmo na gente um “complexo de vira-lata”...

Faixa da esquerda – Talvez um psicólogo (psiquiatra?) ou sociólogo para tentar explicar a inexplicável insistência dos motoristas de se manter à esquerda numa estrada com três faixas de rolamento. Não adianta piscar faróis ou dar seta esquerda para que deixem a faixa de ultrapassagem. Existem até os idiotas que explicam já estarem na velocidade máxima permitida, então permanecem ali para impedir que outros excedam o limite. Pode?...

Mudar de faixa – Se alguns resistem em deixar a faixa da esquerda para os que andam mais rápidos, outros ziguezagueiam entre as faixas sem o menor cuidado nem respeito. Sequer ligam setas para advertir outros motoristas das idiotices que cometem.

Fechar cruzamento – Na ânsia de aproveitar o semáforo no verde, não hesitam em avançar e parar seu carro exatamente no meio do cruzamento, mesmo tendo consciência de que vão impedir – desnecessariamente – o fluxo na outra via. Nem com placa implorando “Não feche o cruzamento”.... e multa!

Ultrapassar pelo acostamento – Tem um acidente lá adiante e o trânsito se congestiona na rodovia. Hora de os “eshpertos” revelarem seu caráter, avançarem pelo acostamento e travá-lo também, impedindo acesso aos veículos de socorro como ambulância ou bombeiros.

Luzes – A noite pode estar enluarada, mas motoristas teimam em ligar a lâmpada traseira de neblina, mais intensa que as demais para sinalizar o carro na neblina ou chuva forte. E ofuscam todos os motoristas atrás. Outros ligam o piscalerta com o carro em movimento e nem imaginam que só deve ser acionado ao parar no acostamento ou num congestionamento. E nem vale a pena mencionar os idiotas que não abrem mão da luz alta ao cruzar ou atrás de outro automóvel.

Buzina – Diz a lei que só se buzina para alertar outro motorista de algum problema. A lei se esqueceu de avisar que trânsito congestionado não é problema que se resolve buzinando no ouvido dos outros. Também não se enquadra como problema o time para que torce o motorista ganhar o jogo. Ou o do adversário perder...

Faixa de pedestre – Sou um otimista por excelência e respeito o pedestre na faixa, pois acho que os motoristas que vêm atrás entenderão meu comportamento e se absterão de buzinar, xingar, me bater na traseira ou me ultrapassar colocando em risco a vida do pedestre. Mas, raramente prevalece meu otimismo...

PARE – Esta placa no cruzamento e a faixa de pedestre estimulam nosso complexo de vira-lata, pois são respeitadas por todos no Primeiro Mundo. No Brasil, são consideradas elementos decorativos.

Fila tripla – Aliás, já vi até quádrupla bem na porta da escola, pois as crianças não podem andar cerca de 50 metros e permitir que o carro encoste mais à frente ou atrás.

Colo – Por falar em criança, que tal o motorista que bota o filho no colo para “fingir” de motorista? O idiota não percebe o risco de ele mesmo ferir seu filho. E os mais crescidinhos que a-do-ram se aboletar lá no porta-malas do hatch, perua ou suv?

Braço – Motorista “bom de volante” acha desnecessário manter as duas mãos na direção e dirige com o braço esquerdo dependurado fora da porta. Nem imagina quantos deles já foram triturados ou amputados....

Celular – Concluiu-se em outros países, que mesmo com o “viva-voz”, o celular é perigoso pois distrai o motorista. Discussão desnecessária no Brasil, onde nem mesmo o “viva-voz” é utilizado...

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por