Presença de Pimentel esquenta novo debate ao governo de Minas

Fernando Dutra - Hoje em Dia
26/09/2014 às 23:18.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:22
 (Samuel Costa/Hoje em Dia)

(Samuel Costa/Hoje em Dia)

Acontece na noite desta sexta-feira (26) o penúltimo debate entre os principais candidatos ao governo de Minas Gerais, promovido pela rede Record de televisão, com apoio do jornal Hoje em Dia e das rádios 98 FM e 102,9 FM.

Participam do programa os quatro candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto, Fernando Pimentel (PT), Pimenta da Veiga (PSDB), Tarcísio Delgado (PSB) e Fidélis Alcântara (Psol).

O debate será dividido em cinco blocos e terá duração de duas horas. Confira os principais destaques bloco a bloco:



Pimenta pergunta para Pimentel sobre o petista ter sido eleito o melhor prefeito de Belo Horizonte

Pimentel: Foi uma escolha feita por uma entidade inglesa e fui classificado como 8º melhor prefeito. Foi uma honraria para a cidade, não para minha pessoa. Não dou muita importância a esse tipo de situação. O importante foi o bom trabalho que fizemos à frente da prefeitura de BH. Terminei meu mandato com mais de 90% de aprovação da população. Quero trabalhar por Minas da mesma forma que trabalhei pra BH.

Pimenta: Ninguém conhece esse "campeonato" de melhor prefeito. É muita petulância querer se compara a JK. Francamente Pimentel, não tem cabimento.

Pimentel: O candidato do PSDB esta fazendo um personagem que não cabe para ele. Não estamos aqui debatendo quem ganhou ou quem perdeu. isso é coisa de quem é de fora de Minas, de quem não conhece o Estado. O candidato tenta distorcer a discussão e enganar o eleitor mineiro

Pimentel pergunta para Fidélis sobre Educação em Minas

Fidélis: Eu prefiro apresentar a nossa proposta para educação. Longe deste debate entre PT e PSDB, o que precisamos é de uma nova educação, com uma nova grade curricular. Quanto aos professores, além de melhoria nos salários, precisamos de um plano de carreira. A estrutura das escolas tem de acontecer, mas não podemos dizer que o PT vai fazer diferente. O Psol é uma nova opção.

Pimentel: Concordamos nas propostas. Pagar o piso nacional, reconstruir a carreira profissional. Quando fui prefeito pagamos os melhores salários do Brasil e a estrutura das escolas eram as melhores do país.

Fidélis: Muito triste. Os candidatos não vão falar de onde vem o dinheiro. Nós do Psol defendemos a auditoria da dívida pública do Estado. Não vai ter dinheiro pra nada se não fizermos uma auditoria. Isso é urgente.

Fidélis pergunta para Tarcísio sobre políticas de moradia no Estado

Tarcísio: Concordo que temos um déficit de moradia no Brasil muito grande e quem sofre são as camadas mais pobres. Onde fui prefeito fizemos uma grande quantidade de moradia. Não tem coisa mais importante para uma pessoa do que ter um endereço. Fizemos inclusão social pra valer, em grande volume. Não resolvemos todos os problemas e ninguém aqui irá resolver. O problema de moradia pede determinação do governador.

Fidélis: Enquanto famílias lutam pra morar, juízes do Estado aumentam os próprios salários e permitem que a polícia desocupe as moradias de quem precisa.

Tarcísio: No Brasil as políticas públicas são para os dominadores. Os pobres são deixados em segundo plano.

Tarcísio pergunta pra Pimenta Sobre Segurança

Pimenta: Vivemos problema de segurança em todo o Brasil. Ninguém controla as fronteiras brasileiras, porque o governo do PT não cuida das fronteiras. Em Minas, nos últimos 10 anos, foram gastos 53 bilhões em segurança. Estamos aprofundando o uso da tecnologia e vamos ampliar os efetivos da rua. Meu governo vai ser tolerância zero com a bandidagem.

Tarcísio: O problema das fronteiras existem e são sérios, mas estamos falando da segurança aqui, nas estradas. A criminalidade é cada vez maior. Quando fui prefeito criei o conselho de segurança.

Pimenta: Além de tecnologia e do efetivo vamos desenvolver programas como o Fica Vivo, que reduziu o número de homicídios entre os jovens. Vamos desenvolver programas para que o jovem fique mais tempo dentro da escola.



É possível mudar tanta coisa em saúde, segurança e educação em apenas 4 anos?

Pimentel: Sim, é possível mudar. Quem ficou 12 anos no governo e não conseguiu resolver os problemas não vai conseguir mais. Precisamos ouvir as pessoas e apontar onde estão os problemas. Não dá pra fazer isso de dentro do escritório. Claro que em quatro anos é só pra começar a conversa. O Estado de desmazelo que estamos é difícil de superar em quatro anos. Tem que ter vontade política.

Tarcísio: Esses temas são dos mais importantes atualmente. Nesta hora, o candidato que muito promete nada faz, e os que mais fazem nada prometem.

Qual a política para fazer mais centros de internação para menores no interior do Estado?

Pimenta: O que nos desejamos , com a escola integral, é manter o jovem a maior parte do tempo dentro da escola. Assim ele ficará protegido das atrações dos criminosos. É preciso desenvolver o ensino profissionalizante. Precisamos desenvolver centros de recuperação. Em Minas temos atividades notáveis nesse sentido.

Fidélis: temos que lembrar que Minas é um dos Estados que mais prendem menores no Brasil. Reprimir não adianta. Precisamos de uma mudança de concepção de segurança pública. É uma garantia de direitos. Precisamos acompanhar a vida do jovem integralmente.

O que está acontecendo, não evoluímos nas políticas dos partidos?

Tarcísio: Vivemos um momento difícil no Brasil nesse aspecto. As pessoas estão todas contra a política. Isso é muito difícil e ruim para a democracia. Sem a política vamos cair na barbárie. Na campanha, os candidatos não devem prometer tanto, isso deixa o eleitor desconfiado. Vale menos a promessa e mais a confiabilidade do candidato. Com eficiência e austeridade no poder público é possível melhorar a imagem da política.

Pimentel: É preciso recuperar a política como território de homens de bem. É preciso recuperar a história do Brasil pra juventude saber o que passamos e o risco que corremos.

Sobre a insegurança em Minas Gerais

Fidélis: As pessoas têm reconhecido as propostas do Psol. Quanto à segurança, precisamos criar uma nova sociedade, começando pela desmilitarização da polícia. Uma polícia menos hierarquizada e, sobretudo, uma polícia que ´procure parcerias com a sociedade. Segurança é garantia de direitos. Apresentamos um projeto muito diferente dos outros partidos.

Pimenta: Contra a insegurança temos de investir em educação. É preciso uma política nacional de segurança pública.



Tarcísio pergunta para Pimentel sobre o que foi feito contra a espoliação da riqueza mineral em Minas pelo governo Federal

Pimentel: A pergunta remete à questão da economia mineira que está sustentada no minério de ferro e no agronegócio. Ao longo dos 12 anos Minas não teve projeto de desenvolvimento econômico. A indústria foi embora de Minas Gerais por uma legislação tributária arcaica. O código de mineração que a presidente Dilma propôs está em tramitação na câmara.

Tarcísio: Não respondeu a pergunta e nem poderia, pois nada fez, nem ele nem Dilma. Não sou contra a exploração, mas sou contra a forma como é feita. Não temos royalties de minério. A disparidade entre as explorações de minério e de petróleo é muito grande.

Pimentel: A presidente encaminhou o código e ele está sendo discutido na câmara. A presidente não pode por livre espontânea vontade decidir. Houve atraso, reconheço, mas ele está sendo discutido.

Pimentel pergunta Pimenta sobre a situação do Corpo de Bombeiros em Minas Gerais

Pimenta: O corpo de bombeiros tem mais ou menos 6 mil efetivos e prestam um importante serviço no Estado. Tem presença muito forte em Belo Horizonte e nas principais cidades do Estado. O número exato não é importante o governador saber. O importante é o senhor explicar o porque de se dizer o melhor prefeito, de se compara à JK. O importante são as coisas de caráter, ser verdadeiro.

Pimentel: Se quiser saber se fui melhor prefeito que pergunte aos belo-horizontinos. Não é besteira saber o número de  guarnições de bombeiros no Estado. Em Minas temos apenas 60 batalhões de corpo de bombeiros

Pimenta: Conheço o Estado muito melhor que você Pimentel. Esse título que ele ostentou na Tv agora está engasgado, não consegue explicar. Será que é mentira? Isso é grave.

Pimenta pergunta para Fidélis sobre a dívida do Estado

Fidélis: Primeiro o governo precisa parar de pegar dinheiro emprestado. Estou até desconcertado com a pergunta porque o seu partido é dos que mais se endivida. O governo de Minas se nega a entregar os detalhes dos contratos. É um descompromisso com a lei de transparência fiscal. Demonstra completa incompetência do Estado. Minas não tem dinheiro pra nada.

Pimenta: Prefeitos e governadores estão sacrificados pela agiotagem do governo do PT. O dinheiro é entregue religiosamente ao governo do PT, que se recusa a negociar. Esse é o problema do governo de Minas.

Fidélis: Os candidatos do PT e do PSDB tentam se diferenciar, mas pregam a mesma política econômica.

Fidélis pergunta para Tarcísio sobre propostas para cuidar do meio ambiente em Minas

Tarcísio: O problema de água é muito sério. a nascente do Velho Chico secou. Precisamos cuidar das nossas águas, das nossas nascentes. O governo mandou pra câmara um projeto de lei pra regular os royalties. O projeto era tão ruim que rapidamente perdeu o caráter de urgência. A exploração do minério é profundamente predatória ao nosso meio ambiente.

Fidélis: Isso é grave e tem a ver com o modelo econômico no Estado. O plantio de eucalipto, a mineração. Precisamos mudar a forma como é feita a mineração. Os municípios tem de se unir para combater a destruição do meio ambiente.

Tarcísio: Precisamos taxar a exploração do minério para pagar professores, e os "velhinhos" que estão aí. Não sou contra a exploração do minério, claro, mas é preciso ter garantias.



Fidélis pergunta para Pimentel sobre a aliança com Aécio em torno da candidatura de Márcio Lacerda para a prefeitura de BH

Pimentel: De fato fizemos aliança, da qual não me arrependo. Naquele momento buscávamos consenso em torno de um candidato que fosse dar continuidade aos projetos que tínhamos. O primeiro mandato foi bom, tanto que ele foi reeleito. Depois tirou o pessoal que já estava lá e depois disso não posso responder. Governar é resolver problemas, e não ficar empurrando para os outros, ainda que tenha que fazer alianças.

Fidélis: Que papinho mais Marina. Política de consenso juntar PT, PSDB, PSB? Você não se arrepende mas os moradores de Belo Horizonte se arrependem. A nova política não aceita alianças espúrias. Somos contra o financiamento de campanha.

Pimentel: A tradição política de Minas é de alianças, campanhas propositivas. Acho que tem que buscar consensos, olhando pra todos, sem preconceitos e sem agressões. Desse jeito que faço campanha e desse jeito que vou governar Minas Gerais.

Pimentel pergunta para Tarcísio sobre a legislação tributária no Estado

Tarcísio: Minas está empobrecendo e vai empobrecer mais se continuar como está a tributação. Precisamos de alguém que tenha determinação de fazer a reforma. Não tem jeito de continuar desse jeito. Na zona da Mata as empresas estão todas indo para outros estados. A substituição tributária está acabando com o micro e pequeno empresário no Estado.

Pimentel: minas hoje não tem legislação, tem um manicômio tributário. 12 anos podia ter corrigido isso. Precisamos simplificar e modernizar a legislação. Vamos corrigir o que tem que ser corrigido.

Tarcísio: Há tributos que precisam ser onerados. e outros que precisam ser reduzidos. E outros que precisam ser extintos.


Tarcísio pergunta para Pimenta sobre substituição tributária

Pimenta: Substituição tributária é o pagamento feito pela indústria e não pelo comércio. É uma simplificação tributária. Minas isentou diversos itens da cesta básica. Carne e pão não pagam tributos.

Tarcísio: Pimenta precisa de ter cuidado. Ele fala umas coisas que perde voto. A realidade é que os pequenos empresários estão falindo. A substituição tributária é comodismo do governo.

Pimenta: Há de fato alguns setores que ficam prejudicados, isso pode ser modificado. Vamos estudar uma forma de melhorar a questão. O que for certo vamos procurar fazer

Pimenta pergunta para Fidélis sobre ação econômica do governo federal

Fidélis: Há um problema sério. Concentrando em Minas, empresas recebem diversos incentivos fiscais e, assim que tem uma crise, elas vão embora. O Estado de Minas não conseguiu se prepara para isso. Nossa economia estimula as grandes empresas, a mineração. Defendemos a economia familiar ecossocialista. Construir uma base econômica mais forte. É preciso pensar a economia junto com o produtor rural.

Pimenta: É grave o que tem acontecido em Minas. E fica mais grave porque a Dilma resolveu dar isenção fiscal com impostos estaduais, e com isso Minas teve prejuízo de 2 bilhões de reais.

Fidélis: Estou preocupado. Precisamos trabalhar com os interesses populares. Falar de economia sem dizer onde e como vamos atuar não é justo com a população. Entendendo as adversidades dos Estado de Minas.



Pimenta: É sempre bom poder discutir ideias. A eleição está polarizada entre a nossa candidatura e a do PT. Você tem que decidir se quer seguir com o jeito PT de governar ou com o nosso. O PT está saindo dos estados que governa. Nosso governo iniciou aqui em Minas um grande processo de transformações e que nós vamos continuar fazendo, bem diferente do jeito PT de governar. Vamos em frente com o jeito que está dando certo.

Pimentel: Nesse momento é importante fazer uma reflexão. Minas precisa de um governo diferente desse que está aí, um governo mais popular e participativo. Precisamos de um governo que se preocupe com cada região, com suas especificidades. Fizemos uma campanha propositiva, que pretende ser sempre com cordialidade, como é a tradição de Minas Gerais. Aqui brigam as ideias e não os homens. Acho que podemos fazer muito mais por minas do que foi feito nesses 12 anos.

Tarcísio: Na minha vida eu construi um patrimônio moral que sempre me fez respeitado nos cargos que tive. Eficiência do governo, austeridade e participação popular é como faço na administração pública. Está na hora de mudar métodos e processos. Estou convencido de que podemos transformar o Estado.

Fidélis: Acho que ficou bem claro as diferenças entre os candidatos. Deu pra perceber como tem três candidaturas parecidíssimas e que não apresentam claramente suas posturas. Nós estamos lutando por outra sociedade. Somos aqueles que sonham. Não recebemos nem um tostão de empresas. Fizemos de forma colaborativa. Nosso plano de governo é construído durante todo o ano e não apenas para as eleições.

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