Médicos de Nova Lima se unem à servidores públicos e cruzam os braços até dia 2 de setembro

Hoje em Dia
28/08/2015 às 18:52.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:32
 (Reprodução Facebook)

(Reprodução Facebook)

Desde às 7 horas desta sexta-feira (28), a cidade de Nova Lima não conta com atendimento médico. A decisão, segundo o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), se estenderá por todo o final de semana e será encerrada somente às 7 horas do dia 2 de setembro. Estão mantidos os atendimentos de urgência e emergência.

Ainda de acordo com o sindicato, os médicos demonstraram total insatisfação com as violações dos direitos adquiridos pelos servidores, como o corte de benefícios, sem ao menos conversar com a categoria ou o representante legal.

Os médicos e o sindicato consideram a iniciativa um desrespeito aos direitos duramente conquistados pelos servidores, sendo um verdadeiro retrocesso de conquistas.

Em nota enviada pelo sindicato, a entidade afirma "a inadmissibilidade de qualquer ação que prejudique a classe trabalhadora, lembrando que os servidores não podem pagar pelos desmazelos da administração pública".

Ainda segundo o documento, a desvalorização dos servidores impactará, indubitavelmente, na qualidade dos serviços prestados à comunidade tanto no campo da Saúde quanto nas demais áreas e poderá levar muitos profissionais a desistirem de trabalhar no município.

Uma nova assembleia dos médicos foi marcada para às 19 horas do dia 1º de setembro, na sede do Sinmed-MG.

Greve dos servidores

Além dos médicos, desde a última segunda-feira (24), os demais servidores de Nova Lima também estão em greve. Uma nova concentração na Praça do Bicame está marcada para a próxima segunda (31) às 9 horas. Na terça (1º) está agendada uma nova assembleia. O encontro acontecerá às 16 horas na quadra do Villa Nova.

Leia a seguir a nota enviada pela Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Nova Lima sobre a greve dos servidores e a paralisão dos médicos:

Em momento algum a Prefeitura se furtou a dialogar com o sindicato dos servidores municipais. No dia 14 deste mês, a prefeitura apresentou ao sindicato várias propostas objetivando contornar a atual situação financeira que deveriam ser deliberadas em assembleia marcada para a data de 17 de agosto.

Não se sabe o porque as referidas propostas não foram colocadas para deliberação. No dia 18 a diretoria do sindicato foi recebida pelo prefeito em seu gabinete, entretanto, não lhe foi apresentado nenhuma resposta oficial as propostas até então entregues ao sindicato para analise e deliberação.

Ao invés disso, a diretoria do sindicato sugeriu verbalmente ao prefeito que demitisse 90% de todos servidores comissionados e extinguisse, de imediato, 10 secretarias municipais.

A Prefeitura está ciente do momento de crise por passa todas as prefeituras, em especial aquelas que recebem repasses do Cfem( royalties do minério) e tem tomado medidas de contingência que evitem desempregar pais e mães de família, porém é oportuno destacar que 92% do custeio da folha de pessoal é para pagar salários e benefícios de servidores estatutários, não suportando o orçamento municipal, neste momento, uma obrigação desta natureza.

Mas que, além das medidas já tomadas (devolução de 17 imóveis alugados/demissão de 140 comissionados,revisão de todos contratos com fornecedores/redução de 20%nos salários do prefeito e da vice e 10% nos salários dos secretários/corte de mais de 60% de veículos na frota da prefeitura/rescisão de 299 contratos administrativos/devolução de computadores e maquinas de Xerox alugados,dentre outras medidas) na próxima semana outras medidas,também,deverão ser aplicadas.

A prefeitura não entende o porquê da paralisação (greve),uma vez que não deixou de pagar e nem atrasou o pagamento de nenhum servidor. Quanto ao questionamento sobre os projetos de lei encaminhados a Câmara de Vereadores, cujo objetivo é revisar salários indiretos criados em outras gestões e impraticáveis diante da atual situação financeira do município, oportuno esclarecer que os mesmos sequer entraram em pauta para analise e deliberação do legislativo.

Os serviços de Urgência estão funcionando normalmente, como o Pronto Atendimento do bairro Jardim Canadá e o Pronto Atendimento da Policlínica Municipal. Nas Unidades Básicas de Saúde, no total de 32 médicos que deveriam estar trabalhando, somente 7 médicos estão trabalhando.

Como a saúde é um serviço essencial, os funcionários deveriam estar cobrindo a escala mínima de 30%, o que não está acontecendo. A Prefeitura informa ainda que a Secretaria Municipal de Saúde não recebeu até o momento documento dos sindicatos com esta escala para organizar o serviço de saúde e orientar os usuários.

 

 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por