Belvedere une vizinhos e PM para combater criminalidade

Raquel Ramos - Hoje em Dia
15/05/2014 às 07:57.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:35
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

Criada em 2004 para ajudar na prevenção e no combate à violência, a Rede de Vizinhos Protegidos enfim ganhou o apoio do bairro Belvedere, na zona Sul de Belo Horizonte. Saturados com o crescimento da criminalidade, os moradores resolveram dar um basta à situação e estão gradativamente se integrando ao sistema, unindo forças à ação da Polícia Militar.

Nos últimos três meses, pelo menos cem famílias aderiram à iniciativa, segundo o major Olympio Garcia, subcomandante do 22º Batalhão da PM. “Percebemos que o sistema padronizado não estava funcionando em alguns bairros, como o Belvedere. Fizemos, então, um estudo do perfil desses locais e, com ajustes, estamos conquistando a comunidade”.

No caso do Belvedere, há uma área onde predominam casas e outra repleta de prédios e um forte comércio. Peculiaridades que interferem no tipo de crime registrado. Com as características bem definidas, a PM apresentou aos moradores uma proposta com soluções específicas para cada caso, conseguindoadesão.

Embora a Rede de Vizinhos Protegidos seja uma iniciativa recente na região, os resultados têm sido positivos, garante o major Olympio. Prova disso foi a recente prisão de duas pessoas e a apreensão de um menor, após a divulgação de um e-mail entre a comunidade com fotos de suspeitos.

“Eram os principais assaltantes de padarias do bairro. Eles também eram responsáveis por vários assaltos a transeuntes na parte residencial”.

Comportamento

Apesar dos avanços já obtidos, Ricardo Jeha, presidente da Associação de Moradores do Belvedere, ressalta que ainda são necessárias algumas mudanças no comportamento da PM para que o serviço seja plenamente assimilado pela a comunidade.

“Percebemos que o pronto atendimento às ocorrências é um ponto falho. Muita gente reclama que, depois de pedir por socorro, os militares demoram a chegar. Seja por falta de efetivo ou dificuldades de comunicação, esse é um problema que precisa ser corrigido”.

Por outro lado, Ubirajara Pires, presidente da Associação dos Amigos do Bairro Belvedere, lembra que a segurança jamais será estabelecida sem o envolvimento da população. “Sozinha, a PM não dá conta de atender todas as demandas. É necessária a colaboração de todos”, defende.

Além da expansão da Rede de Vizinhos Protegidos, o major Olympio avisa que o Belvedere tem sido contemplado com outras melhorias na segurança, como a implantação de bases comunitárias móveis em pontos estratégicos. “No horário em que o fluxo de pessoas é maior, os policiais ficam nesses locais para inibir as práticas criminais”.

Controle por meio de monitoramento eletrônico permanece

Enquanto os ajustes são feitos para aumentar a segurança no Belvedere, moradores e comerciantes adotam alternativas. “Se comparado com outros pontos da cidade, o índice de criminalidade no bairro não é alto, mas dependemos de uma ação efetiva da PM para que a situação não mude”, diz Ubirajara Pires.

Ele aponta a avenida Luiz Paulo Franco como uma das áreas mais susceptíveis a assaltos. Em apenas três quarteirões, há 12 agências bancárias. Uma delas teve o caixa eletrônico arrombado duas vezes, em menos de 72 horas, no último mês.

A vendedora Joseana Quinto, que trabalha há cinco anos em um estabelecimento vizinho, reclama do sentimento de insegurança. “Sinto que estou muito exposta. Como essa é uma região onde as pessoas têm alto poder aquisitivo, muitos preferem contratar segurança particular. As lojas que não se adaptam, ficam à mercê dos bandidos”.

A estratégia é utilizada nas áreas residenciais. Praticamente todas as casas contam com um sistema de monitoramento eletrônico. “Na minha rua (Adalto Lúcio Cardoso), 19 famílias dividem a despesa com uma guarita particular, que funciona 24 horas. Moro aqui há 23 anos e nunca tive nenhum problema”, afirma a design de interiores Lilian Ferreira Gonçalves. Por outro lado, lembra, duas vizinhas da rua Geraldo Magalhães Mascarenhas tiveram a casa arrombada recentemente.

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