Arbitragem surge como mais uma polêmica para o clássico da volta

Henrique André e Alexandre Simões - Hoje em Dia
15/04/2015 às 07:16.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:38
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Além da polêmica sobre o dia do clássico da volta entre Cruzeiro e Atlético pela semifinal do Campeonato Mineiro, o confronto carrega ainda a indefinição sobre quem vai apitar a partida no estádio Mineirão.   Depois de uma primeira fase com boas atuações dos árbitros mineiros, que cometeram poucos erros – muito abaixo, por exemplo, da média nacional –, o jogo de domingo passado, no Independência, teve o comando de um juiz de outro estado a pedido do Cruzeiro. Porém, o paulista Raphael Claus exagerou nos cartões amarelos (10), deixou de expulsar o cruzeirense Léo na etapa inicial e não teve o controle do jogo.    Nesta quarta-feira (15), em reunião na Federação Mineira de Futebol (FMF), será decidido se o confronto deste domingo terá arbitragem mineira ou novamente um convidado.   Se a opção for por um “forasteiro”, estará apenas sendo seguida a regra do maior clássico mineiro neste século. Em 65 partidas, 41 (63%) tiveram o comando de árbitros de outras federações.   O paulista Paulo César de Oliveira foi quem mais comandou o embate entre Atlético e Cruzeiro a partir de 2001, com nove partidas. Já o mineiro que mais trabalhou no confronto foi Alício Pena Júnior, com sete arbitragens no período.   Para o próximo duelo, a preferência da FMF é por um árbitro mineiro. “O Gilvan (presidente do Cruzeiro) me disse que não tinha nada a reclamar da arbitragem, que fez um bom trabalho, mas que gostaria, para evitar questionamentos, que a arbitragem fosse de fora”, disse o presidente da entidade, Castellar Neto.   O dirigente da federação, inclusive, aponta erros na atuação de Claus, que segundo ele “esteve abaixo” dos árbitros mineiros.   “Acho que a atuação não foi à altura do que a arbitragem mineira estava fazendo no campeonato. Foi muito ruim. Nem falo só pela não expulsão do Léo, mas também pela intenção do árbitro de segurar a partida nos 15 primeiros minutos, distribuindo muitos cartões amarelos. Num clássico, isso não funciona. Sabíamos que, com aquele tanto de cartões amarelos, uma hora alguém acabaria expulso”, analisa Castellar.

  Federação nega ter descumprido regulamento do Estadual    Acusada pelo Cruzeiro de ferir o artigo 35 do regulamento específico do Campeonato Mineiro de 2015, segundo o qual apenas o clube mandante e a FMF podem opinar sobre a mudança de data de uma partida, a entidade, mais uma vez, atribui à TV Globo, detentora dos direitos de transmissão, a responsabilidade pela marcação do jogo para domingo.   De acordo com o diretor executivo da FMF, Paulo Bracks, a emissora, que reconsiderou a decisão de não transmitir a partida no sábado, enviou um ofício incluindo o Atlético como “parte integrante do jogo”. Com isso, deu poder de voto ou veto ao alvinegro, que não aceita jogar na data pedida pelo rival.   “Se a Globo, desde o início, tivesse decidido que poderia transmitir o jogo no sábado, as coisas teriam sido diferentes”, afirma Bracks. “Houve a solicitação da TV e, por isso, tivemos que atender”, completa.   O dirigente ratifica que a decisão da emissora não fere o regulamento, já que é ela quem decide os critérios para definir dia e horário dos jogos transmitidos. Critérios, inclusive, assinados pelos próprios clubes. “Ninguém vai brigar com a Globo. Ela paga milhões para os clubes. A FMF não. Então é mais fácil brigar com a federação”, avalia Bracks.   Ele destaca ainda que o calendário do Estadual estava pronto desde novembro e que é um dos mais enxutos do Brasil, visando beneficiar clubes e jogadores.   Paulo André se manifesta   Fazendo valer a posição de líder do Bom Senso F. C., o zagueiro cruzeirense Paulo André, que nesta terça-feira (14) jogou contra o Huracán, em Buenos Aires, pela Libertadores, , usou as redes sociais para demonstrar repúdio à FMF.   “A barbaridade de colocar o jogo para domingo em Minas Gerais mostra que é hora de romper as correntes e seguir sem esses sanguessugas que servem apenas de cartório para o registro dos jogadores e dos clubes”, escreveu o atleta.   O presidente Gilvan de Pinho, sinalizou acionar a entidade na justiça. 

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