O Sul de Minas poderá diminuir a captação de água para amenizar a crise hídrica em São Paulo. A resolução conjunta do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) nº 51/2015, que começou a vigorar no último sábado, determina que, caso a vazão no rio Jaguari seja igual ou inferior a 2 m³/s, na divisa dos dois estados, no chamado Posto Pires, será preciso restringir o consumo em Minas Gerais. O rio Jaguari é um dos que abastecem o Sistema Cantareira, de onde é captada água para mais de 6 milhões de habitantes da Grande São Paulo.
Se essa situação ocorrer, a retirada de água do Jaguari em Minas para o abastecimento humano e de animais será reduzida em 20%, enquanto o consumo na indústria e na agricultura deverá ser diminuído em 30%. Além disso, os demais usos serão suspensos.
Desde o dia 1º de outubro do ano passado, a ANA começou a monitorar a vazão no Posto Pires. A resolução determina ainda que, quando a vazão nesse ponto estiver entre 4m³/s e 2m³/s, a bacia hidrográfica estará em estado de alerta.
Atualmente, de acordo com o Igam, há sete outorgas nesse trecho do rio, com uma demanda de 0,0617 m³/s de captação. As nascentes do rio Jaguari estão localizadas nas cidades de Sapucaí-Mirim, Camanducaia e Itapeva.
O professor da UFMG, Carlos Barreira Martinez enfatiza que a atitude é importante. “É um primeiro passo. É um número. Mas 2m³/s ainda é muito pouca água”, avalia.