(Carlos Rhienck)
O drama de moradores da rua Cabo Verde, no bairro Cruzeiro, região Sul da capital, já se arrasta há nove meses e ainda não há previsão para que o problema seja solucionado. O receio de quem mora na região é que a situação se agrave com o início do período chuvoso. Desde 24 de dezembro do ano passado, a via está interditada porque parte do asfalto cedeu, criando uma cratera que tomou metade do quarteirão.
Como não há um cronograma para término dos trabalhos e liberação da rua, os moradores que vivem ao lado do buraco temem uma nova tragédia. “Se tivermos um período chuvoso intenso no fim do ano, o pior pode acontecer. Não parece haver por parte da empresa que realiza as obras de reparo e nem da prefeitura nenhuma preocupação com a chuva. Deve ser porque ninguém mora aqui”, afirmou a médica Juliana Souza, de 40 anos, moradora do Edifício Andrea, que chegou a ser evacuado no dia do desmoronamento.
O temor é compartilhado por quem mora em outro prédio que foi desocupado no fim do ano passado. “Se agora que não está chovendo já estamos com medo do que pode acontecer, imagina quando começar a chover? O bueiro que fica na rua está entupido e não tem para onde a água escoar. Se não fizerem algo antes do período chuvoso, vamos viver uma situação ainda mais complicada”, disse a bancária Selma Carvalho Costa de Lacerda, de 49 anos, moradora no Edifício Tiago.
Contratempos
Além do receio quanto ao período chuvoso, os moradores ainda convivem com uma série de contratempos provocados pelo desabamento de parte da rua. A rede elétrica e o fornecimento de água são feitos de forma improvisada através de cabos pendurados em postes de madeira e encanamentos expostos do lado de fora dos prédios.
“Também sofremos com mudanças no transporte público, já que as linhas de ônibus foram desviadas com o fechamento da rua. Isso sem falar na poeira que invade as casas todos os dias, porque o buraco ainda está aberto”, contou Selma.
A obra de reparo na rua é feita pela Construtora Edifica, responsável pela intervenção no terreno ao lado dos prédios, que teria provocado o desmoronamento. O trabalho chegou a ser embargado pela Justiça porque estaria afetando a estrutura de um dos apartamentos do Edifício Andrea. Após a garantir a segurança do imóvel, a obra foi retomada.
De acordo com a prefeitura, a empresa precisa agora de uma autorização da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) para recuperar a rua. Procurado pela reportagem, o órgão não se manifestou sobre o assunto até o fechamento desta edição. Nenhum representante da Construtora Edifica foi encontrado para falar sobre a situação da rua Cabo Verde.