Quebradeira do BRT avança e chega à Santos Dumont

Celso Martins - Hoje em Dia
04/07/2013 às 07:23.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:44
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

A construção do BRT (Transporte Rápido por Ônibus) da avenida Santos Dumont, no Centro de Belo Horizonte, se transformou numa quebradeira sem fim. Prevista para ficar pronta em outubro do ano passado, a obra só deve ser concluída no início do ano que vem. A todo momento, os operários são acionados pelos encarregados para arrancar parte do concreto recentemente instalado para atender o BRT, para fazer ajustes no projeto.

Em frente ao número 229 da avenida Santos Dumont, os trabalhadores arrancavam, ontem, cerca de 25 m2 de concreto de um passeio feito recentemente. O motivo: no local, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) pretende fazer um jardim.

Provas do desperdício do dinheiro público estão guardadas no celular do comerciante Alberto Reis Borges, de 52 anos. Em um ano e meio, tempo de duração da obra, ele fez 48 fotos da estrutura de concreto destruída depois de pronta.

“Procurei o engenheiro responsável pela obra para saber o motivo de tanta destruição. Ele me respondeu que, enquanto tivesse dinheiro, a quebradeira iria continuar”, desabafa o comerciante. Todos as fotografias que comprovam o desperdício serão entregues ao Ministério Público por Alberto Reis.

Prejuízos em lojas

A quebradeira do concreto não está causando prejuízo apenas aos cofres públicos. Entre as ruas da Bahia e Espírito Santo, sete lojas fecharam as portas por causa da queda do movimento.

“Com a poeira e sem os ônibus passando pela Santos Dumont, os clientes sumiram”, reclama o comerciante Josias Lisandro, de 35 anos, proprietário de uma banca de revistas na avenida.

Os comerciantes da região prometem fazer uma manifestação, na semana que vem, contra a destruição e para cobrar da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) a conclusão da obra.

A vendedora Ana Laura Santos, de 32 anos, que trabalha em uma lanchonete na Santos Dumont, denuncia que, na semana passada, o passeio que fica na esquina da rua da Bahia foi arrancado sem que aparentasse nenhum defeito no concreto.

Cristiano Machado

O Hoje em Dia mostrou, em 10 de maio deste ano, a destruição de uma estação do BRT, avaliada em mais de RS 1 milhão, na avenida Cristiano Machado, no bairro Ipiranga, região Nordeste da capital.

Na época, a PBH alegou que se tratava de um teste e que não haveria gasto extra para os cofres públicos.

Também em maio último, 125 m2 do concreto do BRT da avenida Cristiano Machado foram destruídos. O motivo: trincas que surgiram entre as placas de cimento em alguns pontos da obra, conforme informaram a Constran e a PBH.

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