(Flávio Tavares)
Tinha tudo para ser uma partida com outros contornos. Afinal, há um ano Botafogo e Cruzeiro travavam uma intensa batalha em busca da liderança do Brasileiro. Após a 12ª rodada da edição de 2013, cariocas e mineiros dividiam a ponta da tabela, com 24 pontos. No final das contas, o esquadrão azul, liderado pelo maestro Éverton Ribeiro, levou a melhor sobre o alvinegro do holandês Clarence Seedorf e ficou com a cobiçada taça.
Neste sábado (2), às 18h30, no Maracanã, em confronto válido pela 13ª rodada, esses dois gigantes do futebol brasileiro voltam a se enfrentar em uma realidade totalmente distinta. Para o Cruzeiro, nada mudou. Líder com cinco pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o time azul assume o posto de principal candidato ao título novamente.
Do outro lado, o Botafogo vive uma crise sem precedentes. A equipe amarga a 13ª colocação, com apenas 12 pontos, dois a mais que Coritiba e Flamengo, que estão na zona de rebaixamento. Mas essa não é a maior adversidade enfrentada pelo time de General Severiano até aqui. O clube está afundando em uma grave crise financeira. Atualmente, o alvinegro deve aos jogadores cinco meses de direitos de imagem e três de salário na carteira de trabalho e FGTS.
Além disso, corre o risco de uma debandada de ações de atletas na justiça, que ameaçam “abandonar o barco”.
FOCO
Apesar dos vários problemas encarado pelos cariocas, no Cruzeiro ninguém acredita que terá vida fácil pela frente. Por isso, o objetivo é manter o foco, já que uma desatenção pode custar caro.
“Não é uma situação ideal esse momento vivido por eles. O normal é que seja ajustado. O Botafogo tem grandes profissionais e com certeza eles vão contornar essa situação. É um clube tradicional, de camisa. Ainda mais que eles estão invictos em casa. Por isso, espero um grande jogo, com bastante dificuldade”, analisa o técnico Marcelo Oliveira.
Artilheiro do Nacional, com 8 gols, o meia Ricardo Goulart também compartilha com a opinião de seu treinador.
“Pela situação em que eles se encontram fora de campo isso influência muito, mas os jogadores não querem saber. Eles vão buscar a superação, ainda mais contra o líder. Vão ‘dar a vida’ também. Nós, jogadores do Cruzeiro, não vamos dar brecha, vamos em busca dos três pontos, mas sempre respeitando o adversário”, opina o camisa 28.