Vale tudo para assistir o musical "Cássia Eller"

Clarissa Carvalhaes/Hoje em Dia
21/08/2014 às 08:54.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:53
 ( Flávio Tavares)

( Flávio Tavares)

Que Cássia Eller deixou uma legião de fãs inconsoláveis quando partiu, há 12 anos, não é propriamente uma novidade. Mas não deixa de ser surpreendente quando o musical que conta a trajetória da intérprete leva uma multidão a encarar uma fila às quatro da manhã (no caso, dessa quarta-feira).

Em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) BH desde o último dia 8 – segue até dia 1º de setembro – “Cássia Eller, o musical” conseguiu esgotar em poucas horas todas as suas sessões. Portanto, se você estava pensando em conferir a peça, pode desistir. Os motivos de tanto alvoroço são justificados pelo próprio público. Quem conseguiu assistir garante que a semelhança física e, claro, vocal, da intérprete Tacy de Campos com a da cantora é indiscutível.

“É um espetáculo delicado que não foge a nenhuma questão: trata do homossexualismo, das drogas, mas sem exposição exacerbada. Ao contrário, não faz julgamentos. Sua preocupação é narrar o talento e a arte de Cássia”, revela Margareth Gouveia, gerente da ONG Ensino Social Profissionalizante (Espro) que já assistiu ao espetáculo duas vezes – nessa quarta, enfrentava a fila novamente.

Os amigos Leandro Porto, 30 anos, Guilherme Pereira, 17, e Jonas Oliveira, 18, garantiram que foi preciso sair de Contagem, na Grande BH, durante a madrugada para, enfim, conseguir comprar as entradas para o musical.

“Primeiro tentamos comprar pela internet e depois na própria fila. Foram três tentativas frustradas, sempre estava esgotado. Foi por isso que decidimos sair de casa bem cedo: chegamos aqui às 4h30. Dessa vez não teve erro. Fomos os primeiros”, comemorou Leandro, todo orgulhoso, com os ingressos em mãos.

Quem passou pela fila da terceira idade também precisou chegar cedo para garantir os lugares na plateia. Os aposentados Célia Valente, 73 anos e Wagner Faria, 69; o coordenador do Projeto Guernica, José Marcius Vale, 66; o empresário João Teles, 61; o engenheiro Ernani Barbosa, de 66; e a comerciante Patrícia Campos chegaram por volta das 7 horas ao CCBB. “Ah, mas vale a pena. Cássia era a personificação da irreverência, da musicalidade e da criatividade. Ela era tudo isso e muito mais”, destacou Patrícia, que ganhou coro de toda a trupe.
“Eu tentei comprar por duas vezes enfrentando a fila comum, mas não consegui em nenhuma. Então decidi encarar os fatos e vir para essa aqui. Fazer o quê? Ao menos agora eu consegui”, brincou José Marcius.

A dona de casa Efigênia Silva, de 65, deixou o CCBB com quatro ingressos nas mãos. “É um presente para minha filha. Eu sempre vou aos shows com ela, mas dessa vez ela vai só com os amigos”.

Segundo a assessoria do CCBB BH, o teatro tem capacidade para 260 pessoas.

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