(Luiz Costa)
Ouro Preto e outras cidades históricas que formam alguns dos primeiros centros urbanos do Brasil colonial guardariam um pouco da arquitetura típica do império romano. A antiga Vila Rica abriga pontes características; há uma no centro de São João del-Rei, além dos aquedutos da serra de Ouro Preto serem idênticos aos de Vila Pouca de Aguiar (colonizada pelos romanos antes de o território se tornar estado português).
Essas curiosidades estão no livro “Ouro? Ouro! A Construção do Brasil brasileiro”, do publicitário Chico Bastos, que será lançado nesta sexta-feira (27), às 19h, na Casa dos Contos (rua São José, 12), Ouro Preto. E toda essa história tem um elo: o ouro. Sua descoberta atraiu milhares de portugueses – cerca de 800 mil –, com técnicas aprendidas dos tempos da presença romana na “Terrinha”. Depois, com o enriquecimento dessas cidades, esses portugueses, para o embelezamento arquitetônico, construíram pontes e aquedutos, além de moinhos de pilões similares aos usados pelos romanos (em Portugal).
“Os romanos mineraram mil anos antes de Portugal existir como nação. Mas esse conhecimento ficou no imaginário (dos portugueses). E veio a estruturação das cidades com a construção das pontes, chafarizes em processo de cantaria (arte na pedra) usada pelos romanos”, assinala Chico.
“A saga do ouro permitiu a criação de núcleos urbanos, como Ouro Preto (Vila Rica), Mariana e Sabará. Houve uma mudança na mentalidade e na realidade colonial, com a geração do barroco mineiro, com expoentes como Aleijadinho e o Mestre Ataíde”, conta Chico Bastos, que, vale lembrar, dedicou dois anos de intensas pesquisas ao tema.