Dupla presa por morte de casal na Serra do Cipó confessa estupro antes de execução

Danilo Emerich -Hoje em Dia
09/01/2014 às 13:22.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:14
 (Flavio Tavares/Hoje em Dia)

(Flavio Tavares/Hoje em Dia)

A dupla presa pelo roubo e assassinato do casal de turistas, Alexandre Werneck de Oliveira, de 46 anos, e Lívia Viggiano Rocha Silveira, de 39, confessou ter estuprado a mulher antes de executá-la. Os detalhes do crime foram divulgados nessa quinta-feira (9), durante a apresentação dos suspeitos do latrocínio.

Segundo o delegado títular da Divisão de Pessoas Desaparecidas da Polícia Civil, Thiago Saraiva, apesar da confissão diante da imprensa em primeira mão, ainda é necessário colher a informação de forma oficial e esperar os testes de DNA, que comprovarão a violência sexual. Além disso, também será necessário refazer o colhimento de depoimentos, uma vez que há contradições entre as versões dos suspeitos, Marcos Magno Peixoto Faria, de 25 anos, e Helton Moreira de Castro, de 19.

Detalhes

O chefe da Divisão de Homicídios de Belo Horizonte, delegado Wagner Pinto, apresentou detalhes preliminares do crime cometido na noite da última sexta-feira. Segundo ele, Marcos e Helton saíram de Conceição de Mato Dentro, na Grande BH, para roubar um carro na Serra do Cipó. O casal de turistas teria sido escolhido de forma aleatória, já que estavam sozinhos, em um mirante, em Jaboticatubas.

A dupla obrigou Alexandre a dirigir por 60 quilômetros, até próximo uma ponte. Marcos foi no banco de trás da Hilux do casal e Helton os seguiu em uma motocicleta. Eles roubaram a quantia de R$ 160 em dinheiro, além dos celulares das vítimas.

No local, eles assassinaram a tiros, possivelmente com uma arma de calibre 22, Alexandre com quatro tiros, sendo três na cabeça e um no braço. “Ainda verificaremos se essa execução foi devido uma possível reação da vítima contra os autores”, afirmou Thiago Saraiva.

Durante a apresentação, Helton confirmou que após a morte de Alexandre, Lívia foi amarrada pelas pernas e estuprada pela dupla. Em seguida, ela foi morta e ambos os corpos jogados no rio, sendo encontrados na última quarta-feira, a três quilômetros do ponto da execução. “Um joga a autoria dos tiros no outro. É possível até fazermos uma reconstituição do crime”, disse o delegado Saraiva.

Após os assassinatos, a dupla ainda tentou fugir com o carro, mas o dispositivo antifurto evitou a ação. Eles então abandonaram o veículo, que só foi queimado dois dias depois, após a repercussão do sumiço do casal de turistas.

Descoberta

A Polícia Civil chegou aos suspeitos Marcos e Helton por dois fatos. Pela motocicleta de Marcos, que foi usada no crime, e pelas queimaduras que o mesmo sofreu quando o carro foi incendiado. A partir daí, Marcos delatou o comparsa no crime. Ele também aliciou um adolescente de 17 anos para ajudar na destruição da Hilux. O menor foi ouvido e liberado.

A intenção inicial da dupla era apenas roubar o carro, segundo policiais e os suspeitos. A execução seria para eliminar um possível reconhecimento dos autores após o crime. A Polícia Civil agora também investigará um possível comprador do carro.

Durante a apresentação, Marcos - filho de um policial militar reformado e é investigado por roubo e têm passagem por lesão corporal - falou não se arrepender do crime. Ele tem dificuldade de fala e audição, o que atrapalha no colhimento de informações segundo o delegado Wagner Pinto. Já Helton, pediu perdão à família das vítimas e diz esperar pela própria morte, em represália na cadeia. Ambos estão presos no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) Gameleira.

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