(Ricardo Bastos)
Por três meses, Pedro Paulo Pereira Rodrigues de Oliveira, de 24 anos, praticou o pole fitness escondido. Com medo de ser vítima de preconceito, o estudante de biotecnologia não revelou a ninguém sua nova atividade física. Mas o reflexo da prática tornou-se visível física e psicologicamente. Ao contar o “segredo” para familiares e amigos, o apoio foi imediato, fato que o incentivou ainda mais. Após dois anos, o estudante se prepara para participar de uma competição nacional, em novembro, em São Paulo. “Eu era sedentário e procurava uma atividade diferente. Já tinha assistido a performances e pesquisei para saber se em Belo Horizonte tinha a aula fitness. Foi o que escolhi, pois queria algo próximo da ginástica”, destaca Pedro Paulo. Para poder competir, ele treina há quatro meses com uma série de exercícios de fortalecimento. “A competição é muito técnica, com movimentos de força e flexibilidade”, explica o estudante, que se informa e prepara assistindo vídeos pela internet. Benefícios O praticante destaca os vários benefícios conquistados com a atividade. “Ganhei força, flexibilidade e resistência. Pelo lado psicológico, a autoestima melhorou, porque a superação de conseguir fazer o que não fazia antes é uma sensação muito boa. Eu era introvertido para poder me expressar, e fiquei mais extrovertido e com mais energia”. A convivência com outros alunos também anima Pedro Paulo. “É muita gente diferente, de todo tipo e idade, cada um com sua história particular. Ficamos mais comunicativos, com a mente mais aberta”, ressalta. Apesar de ter surgido com um enfoque sensual em boates, o pole fitness está sendo desmistificado, avalia o estudante. “Está bombando”, comemora Pedro, um dos cerca de 70 alunos da escola Studio A. Ele sabe que existe preconceito, mas afirma nunca ter sido vítima explicitamente. “As pessoas, quando ficam sabendo que eu faço, querem fazer. Há um olhar mais curioso, de quem quer tentar também. Comecei a publicar fotos no Facebook, e as pessoas expressam vontade de experimentar”, afirma. “Minha mãe achava perigoso, mas hoje aprova. Meu pai e meus irmãos acham legal” Pedro Paulo - Praticante de pole fitness