Filme mostra ‘jogo de xadrez’ das relações internacionais

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
09/10/2014 às 08:50.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:32
 (DIAMOND)

(DIAMOND)

Adaptado do livro de John Le Carré, especialista em intrincadas histórias sobre o mundo da espionagem internacional, “O Homem Mais Procurado” traz um personagem característico do autor: o agente em conflito com sua própria moral, sucumbida diante de ordens que ele não pode recusar.

No caso de Gunther, vivido por Philip Seymour Hoffman, em seu último papel no cinema (ele morreu em janeiro passado, de overdose), esse dilema envolve uma política agressiva, que fere os direitos mais elementares, no combate ao terrorismo, criando um embate entre a velha e a nova guarda.

Um dos muitos agentes que investiga um checheno islamita em viagem pela Alemanha, Gunther se vê como uma voz solitária diante das ações de resultados imediatos (e nem sempre corretos). O diretor holandês Anton Corbijn cria uma interessante atmosfera de melancolia para acompanhar esse trabalho.

Detalhes minuciosos

Com ambientes cinzentos e vazios, Corbijn transforma essa investigação numa desesperada tentativa de, na ótica do agente alemão, mostrar que o ataque às Torres Gêmeas, em 2001, não pode enterrar antigas e bem-sucedidas tratativas baseadas em estratégia, persuasão e checagem extenuante de todas as informações.

Os diálogos são intensos e longos, minuciosos em detalhes ricos para a compreensão do que está acontecendo. E é a partir deles que Gunther constrói as suas ações, tendo a palavra como sua única arma, reveladora também do que resta de nobre nesse grande jogo de xadrez das relações internacionais.

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