Crianças visitam Museu de Ciências Naturais e conhecem nova réplica de Tiranossauro

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
10/06/2015 às 09:20.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:25
 (Wesley Rodrigues)

(Wesley Rodrigues)

A réplica do esqueleto de um Patagosaurus de 16 metros de comprimento parece não intimidar os visitantes mirins, que invariavelmente refazem a mesma pergunta ao fim de um tour de quase duas horas pelos três andares do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas, no campus do Coração Eucarístico.

“Todos querem saber do Tiranossauro Rex”, admite o coordenador do espaço, Bonifácio José Teixeira. Mesmo perdendo o posto de maior carnívoro pré-histórico, o T-Rex continua fascinando crianças, muito por conta de filmes como “Jurassic Park”, franquia que terá sua quarta parte – “Jurassic World” – lançada nesta quinta-feira (11) nos cinemas.

Atendendo a pedidos, o predador de nove toneladas também fará a sua estreia no Museu da PUC nos próximos dias. A réplica em resina do crânio do T-Rex está montada na sala onde fica guardado o material fora de exposição e, por enquanto, só o curador Bruno Garzon tem acesso irrestrito a sua futura “estrela”.

Aperitivo

Mas o Hoje em Dia fez uma surpresa a uma turma do Instituto de Educação Marrion, de Betim, que visitava o espaço na manhã dessa terça-feira (9), e escolheu três de seus alunos mais aficionados pelo vilão de “Jurassic Park” para verem de perto a cara de poucos amigos do dinossauro.

 

NOVO LONGA – “Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros” chega aos cinemas nesta quinta-feira (Foto: Divulgação)

Arthur Barata Soares, de 11 anos, era um dos mais entusiasmados. “Gosto de dinossauros desde os seis anos. Tenho 30 livros, a maioria técnicos, sobre eles, além de uma caixa gigante de bonecos”, diz Arthur, que, por ser vegetariano, revela preferência pelos herbívoros, em especial o Diplodocus, que viveu na América do Norte.

Made in USA

Mesma origem, por sinal, do T-Rex. A história do crânio começa justamente em terreno ianque, no American Museum, em Nova York, que vendeu uma cópia para a Universidade de Juiz de Fora. É desse material que surgiu uma nova cópia, aperfeiçoada por Bruno – antes fechado, agora o crânio é “vazado”.

Uma cópia “inteira”, com todo o esqueleto, não sairia por menos do que US$ 20 mil. Independentemente disso, as crianças aprovaram. Giulia Monteiro de Oliveira, 11, sempre teima com a mãe de que dinossauro não é brinquedo de menino. Ela adora ver documentários sobre esses primeiros habitantes da Terra no You Tube.

Gustavo Andrade, 11, começou sua paixão com “Caminhando com os Dinossauros”, lançado no ano passado, e já pegou emprestado com um amigo os três filmes anteriores de “Jurassic Park”. O novo longa, “Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros”, aposentou o T-Rex e criou o D-Rex, ainda maior e mais veloz.

Ciência avançou muito desde o ‘Jurassic Park’ de Spielberg

O primeiro “Jurassic Park”, dirigido por Steven Spielberg e baseado no livro homônimo de Michael Crichton, foi lançado em 1993 e hoje figura na 17ª colocação entre os filmes mais vistos de todos os tempos.

Enquanto os T-Rex, recriados geneticamente na fictícia ilha Nublar, sede de um parque temático, continuaram a caçar furiosamente os humanos nas sequências de 1997 e 2003, a ciência avançou. E muito.

Descompasso

“É uma pena. Ou melhor, uma falta de pena”, brinca Bruno Garzon, ao falar do descompasso entre cinema e paleontologia. “Hoje não há dúvidas de que os dinossauros tinham penas”, destaca o curador.

Na época do primeiro filme, esse assunto já mexia com a comunidade científica. “O problema é que eles (os produtores) consultaram gente da velha guarda para criar seus dinossauros”, critica Bruno.

O professor compara os bichos pré-históricos aos elefantes. “Se você vir um elefante de longe, ele vai parecer liso. Mas se chegar mais perto, perceberá que tem pêlos como cílios e na região do rabo”.

Mais velocidade

Ele observa que a plumagem não cobriria todo o corpo das criaturas, localizando-se muitas vezes na nuca e nos braços. É o caso dos perigosos Velociraptors, outros vilões da série “Jurassic Park”.

 

Cástor Cartelle – Curador da coleção paleontológica da PUC Minas reuniu-se com o diretor Steven Spielberg, nos anos 90 (Foto: Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

Em 2007, fósseis encontrados na Mongólia comprovaram essa tese. “Eles eram o mais próximo que tínhamos das aves. E mesmo não voando, as asas ajudavam-nos a correr com mais velocidade”.

Seria possível recriar um dinossauro a partir de seu DNA?

Um dos maiores especialistas em paleontologia no Brasil, Cástor Cartelle estava em Washington para uma conferência quando foi convidado por colegas para acompanhar uma reunião com o diretor Steven Spielberg, no início na década de 90.

“Ele queria saber como era o som dos dinossauros. Apesar de vários filmes mostrarem as criaturas rugindo, eles não emitiam sons por não terem cordas vocais. No máximo, barulhos dos deslocamentos de ar dos pulmões e de sua grande caixa craniana”, registra.

Uma das discussões na época do lançamento do filme era a possibilidade de recriar um dinossauro a partir de seu DNA. “Isso se mostrou possível com os mamutes, que tiveram seu DNA preservado ao serem congelados em regiões gélidas. Mas a pergunta que fazemos é: para quê?”.

Ele define qualquer pensamento nesse sentido como uma aberração, lembrando que, por muito pouco, os cientistas não promoveram o cruzamento de uma gorila com um ser humano. “O que nascesse daí iria depois a um médico ou a um veterinário? Moraria numa casa ou numa gaiola?”.

Veja abaixo alguns dos filmes mais famosos com dinossauros:
  UM MILHÃO DE ANOS ANTES DE CRISTO (1966)

 

 

QUANDO OS DINOSSAUROS DOMINAVAM A TERRA (1970)

 

EM BUSCA DO VALE ENCANTADO (1988)

 

JURASSIC PARK (1993)

 

TOY STORY - UM MUNDO DE AVENTURAS (1995)

 

DINOSSAURO (2000)

 

A ERA DO GELO (2002)

 

O ELO PERDIDO (2009)

 

CAMINHANDO COM DINOSSAUROS (2014)

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