Boas atuações do “milagreiro” do Galo convenceram Scolari

Felipe Torres - Hoje em Dia
08/05/2014 às 07:32.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:29

Trinta de maio de 2013. O silêncio que tomou conta do Independência nos acréscimos do segundo do tempo do duelo entre Atlético e Tijuana, pelas quartas de final da Copa Libertadores, impressionou. O sentimento de “vazio” assustou mais do que as máscaras da “morte”, estampadas nas cadeiras do Horto. Se o rival Riascos convertesse o pênalti, cometido por Leonardo Silva, o Galo se despediria da competição.   Um coro de “Victor, Victor” soou na arena. A imagem do pé esquerdo do goleiro esticado, ao isolar a bola, fala por si. Assim o camisa 1 alvinegro sequer precisou ir a Roma para ser “canonizado” pela Massa. Certamente, o técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, acompanhou o lance. Já era tarde para convocá-lo à Copa das Confederações, pois a lista havia sido divulgada duas semanas antes.    Porém, ali começava a trajetória de “São Victor” na reedição da “Família Scolari”, que acabou com a confirmação do jogador no Mundial ontem. “Comemorei a vaga na Copa como uma defesa de pênalti, igual aquela do Tijuana. Chorei com minha esposa (Gisele), um choro de alegria. Não sei descrever o que sinto agora”, lembra Victor.    A fama de “milagreiro” prevaleceu nas semifinais e na decisão da Libertadores. Victor pegou novas penalidades e se tornou o melhor goleiro em atividade nos gramados do país. A boa fase continuou em 2014.    E Felipão não teve dúvidas: preteriu Diego Cavalieri, que tinha participado da Copa das Confederações, e convocou o goleiro alvinegro para a Copa. “Aquela Libertadores teve sim um peso nesta minha convocação. Foram defesas em momentos decisivos, veio a conquista também. Mas o trabalho foi realizado ao longo dos anos. A vaga faz parte de uma extensão entre a Seleção e o que apresentamos no clube”, acredita o camisa 1 do Galo.    Recomeço   Victor já havia declarado que a frustração por não ter sido lembrado por Dunga no Mundial da África do Sul, em 2010, lhe serviu de motivação. Na época, ele integrou o grupo da Copa das Confederações, mas acabou de fora do torneio sul-africano. Julio César, Doni e Gomes foram os escolhidos pela comissão técnica.    “Não encaro a lista de agora como uma resposta. Vejo como uma preparação. Um momento difícil, que serviu para crescer como pessoa e profissional. Talvez o que eu fiz até lá não foi o suficiente. Talvez por filosofia de trabalho do Dunga. Mas não guardo mágoas de ninguém. As coisas sempre aconteceram da melhor forma para mim. Futebol é assim, temos que viver provando”, destaca o goleiro. 

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