União vai arcar com aumento no preço da 381, mas repasses estão atrasados

Alessandra Mendes - Hoje em Dia
13/02/2015 às 06:53.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:01
 (Samuel costa/Hoje em Dia)

(Samuel costa/Hoje em Dia)

Para evitar que as obras da tão esperada duplicação da BR-381 parem, assim como em todas as outras intervenções viárias em andamento no país, o governo federal decidiu rever os contratos vigentes no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Será feito um reequilíbrio no valor dos orçamentos que foram impactados pelo aumento de quase 40% no preço do asfalto. Como o Hoje em Dia informou no fim de janeiro, caso a questão não fosse resolvida, o trabalho na rodovia seria suspenso.

Apesar de a questão ter sido aparentemente solucionada, outro problema ameaça o cronograma das obras: a falta de repasse do recurso para as empresas. Desde novembro do ano passado, o trabalho em pelo menos seis dos nove lotes em execução está em ritmo mais lento por causa do atraso no pagamento por parte da União. Em dois trechos, a obra teria parado por completo.

“Temos informações de que isso ocorreu nos lotes 1 e 2. A situação ainda gerou impacto para outras empresas terceirizadas, já que se trata de um trabalho em cadeia”, explica o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) no Vale do Aço e coordenador do Movimento Nova 381, Luciano Araújo.

Montante

Apenas para o Consórcio Isolux-Conrsán/Engevix e para a empresa Isolux Projetos e Instalações Ltda, que são responsáveis por seis lotes, o valor total da dívida do governo federal chega a R$ 17 milhões. Em nota, o Dnit informou que “os pagamentos às empresas já estão sendo regularizados, à medida que o Tesouro Nacional está repassando os recursos, conforme a programação”.

De fato, o consórcio confirma que os repasses estão em processo de regularização, mas ressalta, por meio de nota, que “ainda falta parcela importante” do valor devido. E os prejuízos já são sentidos no cronograma das obras, já que as empresas admitem que “houve certa diminuição no ritmo das atividades”.

“Esses atrasos não estão contemplados na previsão de duração das obras. Estamos tentando amenizar o impacto, mas o risco de atraso na conclusão das obras é iminente”, avalia Araújo. O Consórcio Isolux-Conrsán/Engevix alega que, neste mês, como o Dnit iniciou a regularização dos pagamentos, “será possível retomar o trabalho e buscar recuperar o cronograma em um futuro próximo”.

Responsável por um dos nove lotes já licitados, o Consórcio Brasil/Mota/Engesur também registra adiamento nas intervenções. Mas a causa do problema não é a demora nos repasses, que tem sido registrada, porém imbróglios relacionados com licenças ambientais e desapropriações. Se as questões, a cargo do Dnit, não forem resolvidas até o fim do mês, o programa de obras será abalado.

O Consórcio J.Dantas/SOTEPA, responsável pelo lote 3.2, informou que as obras no trecho estão em dia. Ninguém do Consórcio Toniolo, Busnello/GP foi localizado para falar sobre o assunto. O governo federal não informou quando os valores em atraso serão quitados. Também não esclareceu em quanto as obras devem ficar mais caras para os cofres públicos em função do aumento do preço do asfalto.
 

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