Síria: grupos de direitos humanos pedem por Kobani

Estadao Conteudo
08/10/2014 às 10:18.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:31

Vários grupos sírios de direitos humanos pediram ao mundo na noite de terça-feira que impeça a cidade curda síria de Kobani (chamada em árabe de Ayn al-Arab) de cair nas mãos do grupo Estado Islâmico. Nesta quarta-feira, ataques liderados pelos Estados Unidos atingiram os extremistas nas proximidades da cidade.

O apelo dramático dos grupos de direitos humanos foi feito depois de combatentes do Estado Islâmico terem avançado em algumas partes de Kobani, que fica na fronteira entre Síria e Turquia.

Kobani está sob ataque dos militantes sunitas desde meados de setembro, quando o Estado Islâmico lançou sua ofensiva na região, capturando várias vilas curdas nas proximidades da cidade e levando a guerra civil síria mais uma vez para perto da Turquia.

Os combates levaram cerca de 200 mil habitantes da cidade e moradores das vilas a fugir da área e buscar abrigo do outro lado da fronteira turca. Ativistas também disseram que mais de 400 pessoas foram mortas durante os combates.

Por volta do meio-dia desta quarta-feira (horário local) aviões, que provavelmente pertencem a coalizão liderada pelos Estados Unidos, bombardearam posições do Estado Islâmico perto de Kobani. Um dos ataques, visível da fronteira, atingiu uma colina e abriu um enorme buraco perto da cidade.

O som de pesada troca de tiros foi ouvido do interior da cidade, um sinal de novos confrontos no local. O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, grupo sediado em Londres, disse que a maior parte dos combates aconteceu no bairro de Kani Arban.

Em seu apelo, os sete grupos de direitos humanos, dentre os quais está a Organização Curda pelos Direitos Humanos e a Organização de Direitos Humanos na Síria, dizem que a ofensiva dos combatentes do Estado Islâmico em Kobani e suas "práticas e medidas desumanas tomaram a forma clara de perseguição e limpeza étnica".

O comunicado também diz que os combates por Kobani desalojaram cerca de 280 mil pessoas que fugiram temendo "assassinatos, execuções, corte de garganta, decapitações, mutilação física e sequestro de mulheres e crianças".

O Estado Islâmico tomou o controle de vastos territórios na Síria e no Iraque, declarando um califado governado por uma rígida interpretação da lei islâmica, a sharia. Os militantes massacraram e capturaram tropas sírias e iraquianas, aterrorizaram minorias e decapitaram dois jornalistas norte-americanos e dois trabalhadores humanitários britânicos.

Na semana passada, o Estado Islâmico também decapitou nove combatentes curdos, dentre eles três mulheres, capturados em confrontos nas proximidades de Kobani. Fonte: Associated Press.
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