Promessa de clima quente em novo debate

Aline Louise - Hoje em Dia
26/09/2014 às 08:22.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:22
 (Cristiano Quintino)

(Cristiano Quintino)

Nesta sexta-feira (26), a partir das 22h40, a Rede Record, em parceria com o jornal Hoje em Dia e as rádios 98,3 e 102,9 FM, realiza o penúltimo debate entre os candidatos a governador de Minas Gerais. A expectativa é de que todos os concorrentes convidados compareçam e aqueçam as discussões. 

Pimenta da Veiga (PSDB), da coligação “Todos por Minas”, prometeu revelar novas acusações sobre o oponente, Fernando Pimentel (PT), que esteve ausente nos últimos dois confrontos na TV. Contudo, o tucano não quis adiantar do que se trata. “No primeiro debate desta semana que ele vier eu farei as acusações pessoalmente”, disse ao final do debate promovido pela TV Alterosa/SBT, na terça-feira. O petista confirmou presença, assim como Pimenta, Tarcísio Delgado (PSB) e Fidélis Alcântara (Psol).

Pimenta tem levantado suspeitas sobre as ausências de Pimentel. “É uma coisa curiosa, não pode vir ao debate, mas vai para o palanque. Não tem voz para vir ao debate, mas tem voz para ir para o carro de som”, disparou. Para o tucano, o rival arruma “desculpas” para “fugir” ao embate e não responder às acusações de envolvimento com corrupção, na época em que era prefeito de Belo Horizonte, que têm novamente sido levantadas pela mídia. De acordo com a assessoria de imprensa do petista, ele está com faringite, mas deverá comparecer ao debate nesta sexta.

O deputado federal Gabriel Guimarães (PT), vice-presidente da legenda em Minas, defende Pimentel e diz que ele vai “focar em projetos, sem cartas nas mangas, sem fazer nada por baixo dos panos”, porque esse seria o diferencial da campanha petista. Para o presidente do PT mineiro, deputado federal Odair Cunha, os debates são sempre uma oportunidade de confrontar ideias e programas. “É isso que importa, não acusações rasteiras, parciais e mentirosas que tentam fazer. É uma etapa do processo que tem seu valor”, comentou.

O presidente o PSDB estadual, deputado federal Marcus Pestana, também acredita na relevância dos debates, “apesar da baixa audiência”, em função do horário em que são veiculados, em sua maioria, no final da noite. “Tudo soma na corrida eleitoral”, comenta. Ele ainda destaca que estes confrontos na TV se tornam ainda mais significativos, se considerado que Minas Gerais sofre com o “efeito parabólica”, que ocorre quando a programação de outros estados entra em Minas, durante o horário eleitoral gratuito. “Estive no Oeste do Estado, em visita de campanha, em um bar de um distrito eu via propaganda do Kassab (candidato a senador por São Paulo). As vezes a programação que é exibida no interior é do Rio e de São Paulo e isso contribui ainda mais com um ambiente que já é de frieza e indiferença da população em relação às eleições”, avalia.

Para o cientista político e professor da UFJF, Paulo Roberto Figueira, os debates são fundamentais para a análise do eleitor, “apesar de grande parte do eleitorado já ter se definido, a menos de duas semanas para o pleito”. Ele ainda comenta que a repercussão do debate, em jornais e na internet, é ainda mais importante, uma vez que a audiência propriamente dita é menor que o ideal, em função do horário de veiculação.

Diretor teatral cobra discussão de propostas

O diretor teatral Pedro Paulo Cava diz que acompanha a política do país desde os 14 anos de idade e, por isso, se interessa pelos debates eleitorais. Ele conta que gostaria de ver sendo debatida pelos candidatos a proposta de reforma política.

“O formato da política brasileira está ultrapassado. Uma reforma política é urgente, não pode ter essa quantidade de partidos nanicos, de aluguel, a política não pode ser uma moeda de troca”, diz.

Para Pedro Paulo Cava, nos debates, faltam propostas e sobram agressões. “Acabam virando um ringue de disputa pelo poder, não há partidos ideológicos, projetos sociais convincentes. Os candidatos são confrontados, mas nenhum deles se comprometeu com uma reforma política, por exemplo”, comenta.

O violonista Thiago Delegado também assiste aos embates. Para ele, são espaços “fundamentais de consolidação da democracia” e espera ver mais propostas para a área de cultura sendo levantadas pelos debatedores. “Fala-se muito pouco de cultura, a gente vê muita coisa superficial, tanto em nível estadual, quanto nacional. Muita coisa ainda precisa ser feita, como uma revisão da própria lei estadual de incentivo à cultura”, avalia.

Delegado ainda diz que acompanha a repercussão dos debates pelo Twitter e que espera agora um confronto menos focado em escândalos. “Nessa de um falar mal do outro, o eleitor tem que escolher entre o menos pior”, diz.

O cantor e compositor Vander Lee diz que tem acompanhado “menos do que gostaria” os debates, mas considera estes confrontos de ideias importantes, principalmente às vésperas das eleições. Para ele, apesar da “falta de franqueza” dos candidatos, através do debate é possível avaliar qual é o mais “preparado”.

Opinião semelhante tem o cantor e compositor Beto Guedes. “Eu acho importante que os candidatos se apresentem e comentem suas metas, projetos, para o eleitor poder seguir, comparar e tomar sua decisão”, diz. 

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