Dia das Crianças melhora humor da indústria de brinquedos

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
26/09/2014 às 07:58.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:21
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

Esperança da indústria e do varejo para espantar o mau humor do mercado, o Dia das Crianças deve fazer a alegria dos pequenos e dos adultos também. Para este 12 de Outubro, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) aposta em aumento de 12% nas cifras, na comparação com a data no ano passado. A previsão é a de que as vendas do setor superem a marca dos R$ 3,5 bilhões no país.

Para o presidente da Abrinq, Synésio Batista da Costa, são três os principais motivos para tamanho entusiasmo: a implantação, pelo governo, do brinquedo no processo educacional de 23 milhões de crianças, os mais de mil lançamentos este ano e o dólar mantido em um patamar mais elevado.

“Devemos tomar mais 5% de mercado dos chineses”, prevê ele, que acredita que as vendas podem fechar o ano com 55% de produção nacional contra 45% dos importados. Hoje, estão em funcionamento 380 fábricas no país.

Costa observa ainda que o aumento per capita de brinquedos nos últimos cinco anos dará um empurrãozinho nas vendas. “Eram seis por criança e, agora, chegamos a 7,2 por ano”, diz. As bonecas são maioria entre os presentes, seguidas por carrinhos e motos.

Na Estrela, maior indústria de brinquedos do Brasil, as encomendas cresceram entre 25% e 30%, na comparação com igual período de 2013. Na fábrica de Três Pontas, no Sul de Minas, o número de funcionários saltou de 550, no início do ano, para 900, hoje.

“Quando o cobertor fica mais curto, as famílias fazem um esforço extra para recompensar os filhos nas ocasiões especiais”, afirma o diretor de Marketing da Estrela, Aires Fernandes.

Fabricante mundial de brinquedos como Barbie, Polly, Hot Wheels e Monster High, a Mattel esconde os números, mas diz que a expectativa é de crescimento nas vendas. “Dia das Crianças é uma das principais datas para o segmento infantil”, diz o diretor de operações da Mattel do Brasil, Ricardo Roschel.

A gerente de Marketing da Lego do Brasil, Vivian Marques, afirma que as apostas para a data são as linhas Lego Super Heroes, com os conjuntos temáticos dos Guardiões da Galáxia, e as linhas Lego City e Lego Chima.

Previsão de lojistas é mais contida, com aposta em presentes baratos

Com o astral um pouco mais contido, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) trabalha com a meta de crescimento entre 0,5% e 1,5% em relação a 2013. A estimativa é a de que a comemoração dedicada à infância injetará entre R$ 2,22 bilhões e R$ 2,24 bilhões no setor de comércio e serviços da capital.

“Com a instabilidade da economia, os pais têm procurado presentes mais baratos”, afirma a empresária Ana Luíza Pinheiro, proprietária da Traquitana, loja de brinquedos educativos no bairro São Pedro.

Segundo ela, é possível agradar à garotada com mimos entre R$ 2 (ímãs de montar) e R$ 400 (casas de boneca).

Na Brinkel, no Padre Eustáquio, o proprietário Altair Rezende espera vendas 5% mais polpudas. “A expectativa é positiva, porém moderada, já que este foi um ano difícil”, diz. Para conquistar clientes adultos e mirins, compras a partir de R$ 100 dão direito à participação no sorteio de um PlayStation 3.

A vendedora Érica Alves levou a filha Maria Eduarda, de 3 anos, para escolher o presente. A pequena encantou-se com uma casa de brinquedo, desejo que foi barrado pela mãe por causa do preço (R$ 899).

“Não cabe no orçamento. Vamos levar uma boneca que escova os dentes, que custa R$ 109, até para incentivar o hábito da escovação”, contou Érica. Obediente, a pequena Duda aceitou o argumento e sorriu.

Maria Eduarda se encantou com a variedade de brinquedos na loja, mas as escolhas barraram nos preços: mãe diz que gosto tem que estar dentro do orçamento. Foto: Frederico Haikal/ Hoje em Dia

A advogada Flávia Gomes ainda não sabe o que comprará para os filhos Daniel, de 3, e Gabriel, de 1 ano (foto no início da matéria). “Devo gastar R$ 100 com cada um. Mas vou deixar para a última hora”, disse a mãe, enquanto o caçula brincava com um Pinóquio de madeira.

CDL espera vendas iguais às de 2013

Pesquisa da CDL-BH mostra que a maioria dos lojistas (43%) espera para o Dia das Crianças vendas iguais às do ano de 2013. Mais animadas entre os varejistas concorrentes, Ri Happy e PBKids apostam que a data irá alavancar as vendas em 10%. Para estimularas vendas, serão sorteados cem baús de brinquedos.

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