Diversos escritores já me lisonjearam dizendo que eu deveria escrever uma autobiografia. Um dia eu me animarei nessa tarefa. Mas, por enquanto, ainda bem que o Hoje em Dia me honrou com essa coluna em que acabo por contar um pouco da minha vida (mas centrado nas técnicas de memorização e, eventualmente, em algum “causo” da Polícia).
Para se fazer uma biografia, é preciso de uma boa história para contar. Bem... eu tenho muitas. E dizem que são boas. Mas uma boa história não precisa de ser longa.
No âmbito dos concursos, como esquecer, por exemplo, a história contada numa única frase por um dos meus alunos, com os olhos brilhando: “Professor Roberto, ninguém acreditava em mim, mas eu passei”.
Histórias como essa guardam longas trajetórias de superação. Então, precisamos ouvi-las como o Pequeno Príncipe que, ao desenhar o que parecia ser um chapéu, imaginou por dentro dos traços a lápis um elefante engolido por uma cobra.
Em duas décadas de magistério, ouvi biografias inteiras em frases simples. E concordo que, no convívio diário com os alunos, é até natural que isso aconteça. Também é normal encontrar essas histórias em projetos de TCC. Só que, depois de ler e parabenizar o aluno, mando suprimi-las do texto, porque um trabalho acadêmico não comporta vivências pessoais.
O que eu jamais imaginava era ver uma dessas histórias, com todas as emoções que elas carregam, numa frase de para-choque de caminhão. E, pelo contexto, fica claro que se trata de um candidato mineiro (de nascimento ou de coração).
É que, no início deste ano, ele foi aprovado num concurso disputadíssimo aqui de Minas. E lascou essa frase no para-choque: “Vou comer queijo sem precisar de transportar nem vender. Passei no concurso”.
Isso me inspirou a encomendar camisas para oferecê-las a quem ler meu leu livro e passar num concurso (a 5ª edição de “Como passei em 16 concursos” está bombando). E mandei imprimir nelas os seguintes dizeres: “Concurso? Passei! Vou te dizer como”.
Em breve você verá as ruas inundadas por jovens de todas as idades com essa camisa. Então, seja você um deles. Quero que você também conte sua biografia através de frases singelas.
Eu te desejo bons estudos, com a elegância de trajar a camisa com esta frase que fará parte da sua vida: “Concurso? Passei! Vou te dizer como”.
*José Roberto Lima é advogado, delegado federal aposentado, professor das Faculdades Promove e mestre em Educação. Autor dos livros “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras