No ambiente escolar é bastante conhecido o TDAH - transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, sobre o qual falamos no último artigo desta coluna.
Qualquer estímulo é suficiente para a dispersão. E o aluno fica inquieto. Mas, como já ensinava o filósofo Aristóteles na antiga Grécia, “virtus in medium est”, isto é, a virtude está no meio, na média ponderada dos fatos e da reflexão que fazemos deles.
Porque o outro extremo também é problemático. É o que os pedagogos e psicólogos convencionaram chamar de “hiperfoco”. Melhor seria se chamassem de “TSAH”, ou seja, “transtorno do superávit de atenção e hiperfoco”.
De fato, há quem fique com exagerada atenção num único assunto ou objeto, tornando-se alheio às coisas, fatos e pessoas ao redor. Isso compromete o rendimento escolar, ainda que o aluno seja genial numa matéria específica (aquela que ele gosta e que lhe dá prazer).
Os adultos não estão livres disso. Com as novas tecnologias, existem pessoas que não se desgrudam das redes sociais, do videogame ou do computador. Eu dou a mão à palmatória. Passei um tempo hiperfocado no celular.
Começou como ferramenta de trabalho, mas virou uma necessidade. Por exemplo: por que eu preciso ligar o GPS para me deslocar em três quarteirões? Mas eu ligava. Felizmente eu direcionei esse hábito de usar o celular para as lições de línguas estrangeiras.
Então, se essa questão é grave, se dela podem decorrer problemas emocionais sérios, o que fazer? Vejamos algumas estratégias para atuar no dia a dia de alguém, ou para você mesmo seguir, se esse transtorno vem te atingindo:
Faça uma agenda:
Ter um cronograma de atividades é importante. Estabeleça limitação de tempo, sopesando as coisas necessárias e as de mero prazer.
Marque tempos finais:
O final da transmissão de um jogo de futebol, ou o final do capítulo de uma novela, podem ser os gatilhos previamente combinados. Tendo ocorrido um desses eventos, a missão é redirecionar o foco para outra tarefa.
Combine atividades que envolvam outras pessoas:
Para alguém ficar livre do hiperfoco, é importante estimulá-lo a não ficar sozinho. Não é por acaso que, há séculos, as escolas são organizadas para que haja um intervalo de convivência entre os alunos. Esse é um tempo destinado à interação social.
Para saber mais, consulte o conteúdo deste link, fonte de consulta para este artigo: https://institutoneurosaber.com.br/tdah-e-o-hiperfoco/ Acesso em 13 de maio de 2024.
A todos eu desejo bons estudos.
* Advogado, delegado federal aposentado, professor das Faculdades Promove e mestre em Educação. Autor dos livros “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras.