José Roberto LimaAdvogado, professor e palestrante, com a experiência de quem foi aprovado em 15 concursos públicos.

Não faça da manhã uma manha

Publicado em 28/02/2024 às 06:00.

Ah, de novo! Essa incrível Língua Portuguesa! Na semana passada eu me vali da diversidade do Português par escrever o artigo “não deixe para hoje o que é para ‘a manhã’”. E esclareci que, numa leitura desavisada, alguém poderia supor que eu havia invertido o jargão que nos recomenda “não deixar para amanhã o que pode ser feito hoje”.

Na realidade, comentei sobre as muitas unidades de tempo. E sugeri que, se você tem algo a estudar hoje, considere que a tarefa deve ser concluída pela manhã. Mas eis que, basta tirar o acento, e a palavra “manhã” vira uma manha sem fim.

O Barão de Itararé, considerado o pai do humorismo brasileiro, já havia proposto esse trocadilho quando encerrou o contrato com o Jornal “A Manhã”. E não teve dúvida: fundou o Jornal “A Manha”. Se você quer conhecer mais sobre ele, cujo título de “barão” era mais uma piada, pesquise pelo nome Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly.

É dele a frase que vemos afixada nas portas de muitos escritórios: “Entre sem bater”. Isso era uma ironia aos agentes da Polícia Política na Era Vargas, que costumeiramente batiam nos opositores do Governo. Veja outra frase: em vez de “quem dá aos pobres empresta a Deus”, ele disse simplesmente “quem empresta... adeus”.

E, voltando ao nome do jornal que ele fundou, a parte da manhã inspira muita manha mesmo. Outro humorista, o José Simão, assim resumiu: “Quando chove dá vontade de ficar o dia inteiro sem fazer nada. E quando não chove... também”.

Então, se você é tomado por essa “manha de manhã”, redobre o ânimo. Uma frase bíblica há de te animar: “Levanta-te e anda”. Ou melhor ainda: levanta-te, faça seu dejejum, capriche nos alongamentos, cumpra suas tarefas e separe uma parte do dia para os estudos. 

Melhor ainda que se você levantar um pouquinho mais cedo para malhar ou dar umas boas pedaladas no parque. Você se surpreenderá com a animação que tomará conta do seu corpo e da sua mente.

E os estudos renderão. E sua vida em geral ganhará nova força. Assim, de tarefa em tarefa, e de lição em lição, dias melhores virão. Nesse ritmo, a aprovação no concurso dos seus sonhos será uma decorrência natural, que chegará antes do que imagina a sua “vã filosofia”, como diria Shakespeare.

Desejo a todos bons estudos.

* José Roberto Lima é advogado, delegado federal aposentado, professor das Faculdades Promove e mestre em Educação. Autor dos livros "Como passei em 16 concursos" e "Pedagogia do Advogado". Escreve neste espaço às quartas-feiras. 

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