Loteadoras são parcerias estratégicas para o poder público no aquecimento do mercado imobiliário

Publicado em 24/04/2024 às 06:00.

Flávio Guerra*

Na última década, testemunhamos o aumento populacional no Brasil e, ao mesmo tempo, uma mudança do paradigma habitacional, especialmente após a pandemia de Covid-19, que impulsionou o êxodo das capitais. Agora, criar cidades que sejam autossustentáveis é o grande desafio das prefeituras do interior do país. Nesse contexto, o mercado de loteamentos se mostra um parceiro estratégico para o poder público no aquecimento do mercado imobiliário, desempenhando um papel crucial na oferta de infraestrutura, no crescimento do comércio local e na geração de emprego e renda.

Ao chegar a um município, as loteadoras são responsáveis por inserir ali toda a infraestrutura necessária para seus empreendimentos. Dessa forma, elas acabam beneficiando as comunidades locais ao investir em melhorias nas estradas, redes de água, esgoto e energia elétrica. Uma melhor infraestrutura somada à perspectiva de novos moradores, logo, consumidores, promove otimismo no comércio local.

Vejo lojistas, proprietários de bares, restaurantes e outros pontos comerciais investirem mais em seus negócios e até abrirem novos negócios. Tudo atraído pela infraestrutura possibilitada pelas loteadoras. O desenvolvimento do comércio, por sua vez, influencia diretamente na geração de emprego e renda para a comunidade local.

Contribuindo para o desenvolvimento urbano e para uma expansão mais ordenada das cidades, as loteadoras não apenas lançam novos imóveis, atraindo compradores, mas contribuem para a valorização imobiliária de toda região. Para esse efeito, as loteadoras devem respeitar a cultura local e se integrar às comunidades no planejamento de qualquer empreendimento.

Negociar com o poder público significa negociar com representantes de toda uma população, que tem modos de viver, costumes e valores que devem ser considerados. Sem isso, ao invés de funcionar como um impulso ao progresso, um novo empreendimento pode se tornar um problema a ser rechaçado pela cidade.

As loteadoras são capazes de oferecer contrapartidas muito significativas para as cidades onde atuam. A Construir Loteamentos, por exemplo, já entregou a pavimentação de mais de 70 mil m² em um só município que estava sem recursos para isso. A cada novo loteamento, a empresa constrói praças e edificações necessárias à comunidade, seja uma escola, um posto de saúde ou qualquer outra instituição pública. Além disso, promove a ocupação de trabalhadores locais, empregando os próprios moradores nas obras de construção.

Digo e repito: o loteamento é o embrião do mercado imobiliário. Porque ele exige uma preocupação maior em termos ambientais, urbanísticos e sociais. Essa é uma visão de mercado mais recente, marcada pelo entendimento das consequências da urbanização desordenada e das mudanças climáticas. Hoje sabemos que é imprescindível que os empreendimentos sejam mais sustentáveis para que as cidades ofereçam qualidade de vida para nós e para as próximas gerações.

Nesse sentido, na parceria público-privada (PPP), é essencial que os recursos e a expertise de ambas as partes se complementem para criar uma sociedade mais próspera. Ao unir forças, loteadoras e poder público não só constroem casas aumentando a oferta de moradia, mas moldam o futuro das cidades com missão e responsabilidade compartilhadas.

* Especialista em Gestão de Negócios Imobiliários pela Fundação Dom Cabral, presidente da Associação das Empresas de Loteamento e Empreendimentos Urbanos Minas Gerais (Aelo/MG) e CEO da Construir Loteamentos, que conta com empreendimentos em Minas, Bahia e São Paulo 

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